Irã: Em aiatolá Ali Khamenei disse que qualquer prorrogação de sanções violaria o pacto e ameaçou uma retaliação (Morteza Nikoubazl/Reuters)
Reuters
Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 10h41.
Ancara - O Irã disse nesta sexta-feira que a votação ocorrida no Senado dos Estados Unidos para prorrogar a Lei de Sanções ao Irã por 10 anos violou o acordo firmado em 2015 com seis grandes potências mundiais que conteve o programa nuclear iraniano, e ameaçou retaliar.
A lei foi adotada inicialmente em 1996 para punir investimentos na indústria energética do Irã e frear sua busca por armas nucleares. A renovação foi aprovada por unanimidade na quinta-feira.
Autoridades dos EUA disseram que a renovação da lei de sanções não viola o acordo nuclear entre Teerã e as potências, mediante o qual o Irã conteve seu programa nuclear em troca da suspensão de sanções ocidentais.
"A extensão das sanções do Congresso dos EUA é uma violação do acordo. Iremos reportá-la ao comitê do Irã, designado para monitorar a implementação do acordo", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Bahram Ghasemi, segundo a televisão estatal.
Em novembro, a maior autoridade iraniana, o aiatolá Ali Khamenei, disse que qualquer prorrogação violaria o pacto e ameaçou uma retaliação.
Ghasemi, ecoando a postura de Khamenei, não disse que ação Teerã irá adotar, mas afirmou, em comentários relatados pela agência estatal de notícias Irna: "O Irã mostrou seu comprometimento com seus acordos internacionais, mas também estamos preparados para qualquer situação possível".
"Estamos prontos para proteger os direitos da nação com firmeza sob quaisquer circunstâncias".
A lei das sanções expiraria em 31 de dezembro. Os parlamentares disseram que ela tornará mais fácil reaplicar sanções se a República Islâmica desrespeitar o acordo.
A Casa Branca não pressionou pela extensão das sanções, mas tampouco fez objeções sérias a ela.