Jerusalém: na semana passada, o presidente americano confirmou que iria transferir a embaixada americana de Tel-Aviv para Jerusalém
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 06h51.
Última atualização em 6 de dezembro de 2017 às 07h18.
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump pode anunciar, nesta quarta-feira, a transferência da embaixada americana para Jerusalém, e criar uma nova onda de tensão no Oriente Médio.
Na semana passada, o presidente confirmou que iria transferir a embaixada americana de Tel-Aviv para Jerusalém.
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A transferência representaria, para a comunidade internacional, o rompimento com as convenções internacionais, que proíbem a instalação de embaixadas internacionais na cidade e por consequência o reconhecimento da cidade sagrada como capital de Israel.
A mudança é uma promessa da campanha presidencial de 2016, que garantiu votos (e dinheiro) da base pró-Israel no país.
Jerusalém é uma cidade sagrada para judeus, muçulmanos e católicos, e é uma das cidades mais antigas do mundo. Centro de disputas religiosas milenares (desde o período romano até a Guerra dos Seis Dias, em 1967), a cidade é mantida sob constante tensão, mas sem conflitos.
Desde 1967, o governo israelense tem controle da zona ocidental da cidade, e a Jordânia controla a parte oriental. Os israelenses consideram a cidade como a capital do país.
O título, porém, não é reconhecido pela comunidade internacional. Os palestinos sonham em instalar a capital de seu futuro estado na parte oriental da cidade.
Embora o anúncio ainda não tenha sido feito, os principais líderes do Oriente Médio já criticaram a decisão. Durante uma reunião de emergência da Liga Árabe, na terça-feira, o secretário-geral Ahmed Abdul Gheit afirmou que a decisão dos Estados Unidos acabaria com a seu papel de mediador entre palestinos e israelenses.
O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan afirmou que Jerusalém é o “limite” para os muçulmanos, e que a Turquia romperia as relações diplomáticas com Israel caso mantenha sua decisão.
Além do Oriente Médio, Europa e ONU se posicionaram contra o possível anúncio de Trump. Para a alta representante da União Europeia para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, qualquer ação pode interromper e retroceder todos os esforços de paz na região.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, exortou nesta terça-feira o papa e os líderes de Rússia, França e Jordânia a intervirem contra a provável mudança.
Segundo a porta-voz da Casa Branca afirmou nesta terça-feira que Trump mira o que é melhor para os Estados Unidos.
Seu egoísmo, que até hoje levou a prejuízos de prazo mais longo para o país, como sair de acordos climáticos e comerciais, deve nesta quarta-feira incendiar o Oriente Médio. Protestos estão previstos na Palestina e em toda a região.