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De Milei a Mike Tyson: como é ir a um baile da posse de Trump em Washington

Presidente foi a três eventos de gala na noite em que tomou posse como presidente dos EUA

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 08h37.

Última atualização em 21 de janeiro de 2025 às 11h32.

Washington - Os bailes de gala na noite da posse do presidente são uma tradição americana. Nesta segunda, 20, Donald Trump foi a três deles. A EXAME esteve em dois deles.

São realizados diversos bailes pela capital na noite da posse, Trump escolheu ir a três deles: o Commander in Chief Ball, com maior presença de militares, o Liberty Ball, voltado a apoiadores, e o Starlight, dedicado aos doadores de campanha.

Os dois primeiros foram realizados em espaços próximos, dentro de um centro de convenções na área central de Washington.

Com isso, diversas ruas do entorno foram fechadas, por medida de segurança. Assim, depois das 19h, virou cena comum ver pequenos grupos de homens com gravata borboleta e mulheres com vestidos brilhantes procurando entradas em meio às ruas bloqueadas com grades.

"Aposto que isso é coisa da prefeita Muriel Bowser", brincou uma convidada, sobre a prefeita de Washington, que é democrata e rival de Trump na política.

Após achar a entrada das grades, havia filas longas para passar pela segurança e acessar o Liberty Ball, um dos mais cheios da noite.

Várias mulheres carregavam o salto alto nas mãos e calçavam tênis enquanto andavam pelos caminhos internos, que eram longos. Da entrada da grade até o baile, foram mais de 20 minutos andando, com paradas para mostrar o convite aos policiais e passar por uma revista similar à de aeroporto. Ao entrar de fato no local, outra fila grande, para guardar o sobretudo ou o casaco antes de ir para o salão.

O Liberty Ball foi realizado em um enorme centro de convenções, que fica no segundo subsolo, com capacidade para mais de 15.000 pessoas, segundo a organização. O ambiente era escuro e lembrava um show. Comida e bebida eram grátis.

Filas se formavam para se servir em bufês, onde havia queijos, pães, guiozas recheadas, algumas frutas e muitos doces. Os pratos eram de papel e os talheres e copos, de plástico. Filas maiores, no entanto, se formavam para os bares. No palco, cantores de música se apresentavam, antes da chegada de Trump.

Segundo baile

Nos bailes da posse, há uma regra: ninguém mais pode entrar depois que o presidente chega, por questão de segurança. Assim, a reportagem saiu do Liberty antes de Trump chegar e foi para o Starlight Ball, a sete quadras de distância.

O Starlight foi montado nos saguões de entrada da Union Station, a principal estação de trem de Washington, que foi fechada para o evento.

O espaço era bem iluminado e imponente, com um enorme pé direito. Ali, doadores de campanha, líderes estrangeiros e algumas celebridades americanas circulavam por salões amplos, onde havia poucas mesas e cadeiras para se sentar.

O presidente dos EUA, Donald Trump, e a primeira-dama Melania Trump, o vice-presidente J.D. Vance e sua esposa Usha Vance, Ivanka Trump e seu marido Jared Kushner, Eric Trump e sua esposa Lara Trump, Donald Trump Jr. e sua filha Kai Madison Trump, Barron Trump e sua prima, dançam durante o baile inaugural Starlight em Washington, DC. (Jim WATSON e Chris Kleponis/AFP)

Bares nas laterais serviam drinques, cervejas, vinhos e refrigerantes, em taças de vidro. Uma das opções era o vinho Trump, fabricado em vinícolas no estado da Virgínia.

Neste baile, estiveram presentes o líder argentino Javier Milei, o ex-pugilista Mike Tyson, o deputado federal brasileiro Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e a ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro. Os dois brasileiros se posicionaram bem perto do palco e ficaram algumas horas ali, à espera de Trump. O evento começou por volta das 20h, e o presidente apareceu pouco depois da meia-noite.

Trump entrou no palco e dançou a primeira música com a primeira-dama, Melania. Em seguida, vieram o vice, J.D. Vance, sua mulher, Usha, e outros familiares do presidente. Eles dançaram em um palco elevado, separado da plateia por uma barreira de vidro.

Enquanto eles dançavam, quase todos na plateia faziam vídeos com seus celulares. Entre as músicas tocadas, esteve "My Way", de Frank Sinatra.

Trump fez um discurso breve depois da coreografia, no qual agradeceu aos doadores e fez críticas a imigrantes. "Eu quero agradecer às pessoas neste salão. Muitos de vocês são doadores. Alguns são grandes doadores. Alguns de vocês acreditaram em nós desde 2015", afirmou.

Após a saída de Trump, os bares pararam de servir bebidas e teve início um set de música eletrônica. Lá fora, um frio de -11º C esperava os frequentadores, assim como carros de aplicativo com preço muito elevado. Uma corrida de 3 km, que geralmente custaria 15 dólares, estava por 60. Ao menos as grades já estavam abertas e foi rápido para voltar à cidade real.

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