PIÑERA EM CAMPANHA: o ex-presidente é favorito no primeiro e no segundo turnos no Chile / Ivan Alvarado/ Reuters
Da Redação
Publicado em 17 de novembro de 2017 às 06h29.
Última atualização em 17 de novembro de 2017 às 07h05.
Os chilenos vão às urnas neste domingo para o primeiro turno das eleições presidenciais, mas novidade é algo que poucos esperam no resultado.
É quase certo que o líder de direita e ex-presidente Sebastián Piñera avance para o segundo turno com ampla vantagem. Ele lidera as pesquisas com cerca de 44% das intenções de voto — mais de 20 pontos percentuais ante o segundo colocado, o ex-jornalista de TV Alejandro Guillier — e lidera também todas as projeções no segundo turno.
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A política chilena é marcada por idas e vindas de políticos e, caso Piñera vença as eleições deste ano, ele terá dividido o poder com a atual presidente, Michelle Bachelet, por 16 anos. O candidato de Bachelet, Guillier, busca se mostrar como alguém de fora do espectro, embora seja o herdeiro da atual presidente e apoie políticas de intervenção estatal. Essa disparidade de posições causou estranheza nos eleitores. A aprovação da presidente, de 23%, não ajuda na construção da sucessão.
De fora do espectro, a esperança parecia ser Beatriz Sánchez, uma jornalista com ideias radicais para impostos sobre os ricos, que poderiam servir para aumentar o investimento estatal. Mas, mesmo sob uma coalizão de mais de 10 partidos e movimentos de esquerda, a Frente Ampla, a coligação de Sánchez não decolou.
O governo mais à esquerda de Bachelet tem legado pouco crescimento econômico: o PIB chileno avançou 1,6% em 2016, deixando a população saudosa dos anos em que a economia cresceu em média 5,3% — número alcançado na época de Piñera. O baixo preço do níquel, forte produto de exportação chileno, não ajudou.
Piñera, um bilionário que governou o Chile entre 2010 e 2014, aposta na retomada do programa liberal para trazer investimentos e acelerar a economia. Os chilenos estão mais do que familiarizados com a proposta, que é implementada no país desde que o regime de Augusto Pinochet chegou ao fim e trouxe avanços econômicos e sociais. Desde 1990, a pobreza no país caiu de 40% para 10% da população; metade dos chilenos são de classe média, pelo critério do Banco Mundial; e 84% de todos os alunos do ensino médio conseguem continuar seus estudos.
A única surpresa para Piñera pode ser o baixo comparecimento às urnas, que pode o prejudicar na reta final. Mas tudo indica que os chilenos irão investir em uma fórmula, e um nome, já conhecidos.