Noboa é herdeiro de um dos principais grupos empresariais do país ( Rodrigo BUENDIA/AFP)
Redação Exame
Publicado em 13 de abril de 2025 às 22h50.
Daniel Noboa foi reeleito presidente do Equador ao vencer o segundo turno das eleições presidenciais realizado neste domingo, superando nas urnas Luisa González, aliada do ex-presidente Rafael Correa, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Com 75,82% dos votos apurados, o atual mandatário, candidato pela Ação Democrática Nacional (ADN), liderava com 56,13% dos votos válidos, contra 43,87% de González, da Revolução Cidadã (RC), partido de Correa.
Noboa acompanha os resultados em sua residência de praia em Olón, localizada na província costeira de Santa Elena, onde ele votou de manhã acompanhado pela família, enquanto González está na sede de sua legenda na capital do país, Quito.
A candidata oposicionista disse que o país "está vivendo uma ditadura e a fraude eleitoral é a mais grotesca de sua história".
Os últimos anos têm sido brutais para esta nação de 18 milhões de pessoas. A violência causada pelo tráfico de drogas levou a um aumento no número de homicídios, ao assassinato de um candidato à presidência, à tomada de prisões por grupos criminosos e a um ataque armado a uma emissora televisiva enquanto seus jornalistas faziam uma transmissão ao vivo.
Dolarizado, com portos estratégicos no Pacífico e localizado entre os dois maiores produtores de cocaína do mundo - Colômbia e Peru - o Equador se tornou um paraíso do narcotráfico.
Noboa mantém os militares nas ruas desde 2024, sob uma declaração de conflito armado interno, mas a violência continua. Em janeiro e fevereiro, houve mais de 1.500 homicídios, o início de ano mais sangrento já registrado.
Após um recorde de 47 assassinatos por 100.000 pessoas em 2023, a taxa caiu para 38 em 2024. Apesar disso, o grupo especializado Insight Crime a considera a mais elevada da América Latina.Uma década de gastos sem a bonança do petróleo aumentou a dívida pública para cerca de 57% do PIB, de acordo com o FMI.
A produção não atingiu 500.000 barris por dia desde 2020 devido ao desinvestimento. O desemprego e o subemprego chegam a quase 23%, e a pobreza atinge 28% da população em um país focado em financiar a guerra contra as drogas.