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Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2011 às 18h15.
Cairo - O governo da síria acusou os Estados Unidos de estimularem a atuação de grupos armados no país árabe, enquanto a oposição ao regime pediu à ONU que declare a cidade de Homs zona de desastre e envie ajuda para a região, que foi palco de violentos enfrentamentos nos últimos dias.
Os EUA pediram recentemente aos rebeldes que não se entreguem às autoridades sírias. O ministro de Relações Exteriores do país asiático, Walid al-Moualem, disse nesta segunda-feira que o pronunciamento do Departamento de Estado americano é uma 'participação direta na sedição e violência na Síria'.
O regime de Bashar al-Assad propôs uma anistia aos opositores que se entregassem nas delegacias do país e que não fossem acusados de crimes graves.
Em carta enviada a diversos países e organizações internacionais, e divulgada pela agência oficial Sana, o ministro diz que com essas recomendações os EUA incentivam 'os grupos armados a continuar praticando atos criminosos contra o povo sírio e o estado'.
A mensagem foi dirigida à Liga Árabe e à Onu, assim como aos chanceleres do Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, nações que evitaram condenar o regime de Bashar al-Assad.
O dirigente sírio disse ainda que as declarações dificultam os esforços para colocar em prática o Mapa do Caminho acertado com a Liga Árabe. Segundo o acordo, aprovado na semana passada, as forças de segurança sírias acabaria com a repressão e os rebeldes presos seriam libertados.
A organização, no entanto, já convocou nova reunião para este sábado para discutir a situação no país, já que a violência na Síria aumentou nos últimos dias.
Já a oposição pede ajuda a comunidade internacional para combater a repressão contra civis. O Conselho Nacional Sírio (CNS) solicitou à ONU e à Liga Árabe que declare a cidade de Homs zona de desastre, para permitir a chegada de assistência médica e de equipes internacionais ao local.
Segundo o CNS, as forças leais ao regime continuam bombardeando a cidade com artilharia pesada e aviões de guerra. Além disso, impediriam a transferência de feridos para hospitais e a entrada de alimentos e remédios. A cidade de Homs é a principal base dos rebeldes que protestam contra o governo sírio.
Os últimos dados da ONU apontam que mais de três mil pessoas morreram desde o início da revolta. Já o Observatório Sírio de Direitos Humanos eleva este número a 2.803 civis e 917 membros do Exército e das forças de segurança. EFE