Dalai Lama: ele acusou a China de disseminar informações falsas (Alessandro Garofalo/Reuters)
AFP
Publicado em 8 de abril de 2017 às 14h01.
O Dalai Lama acusou neste sábado a China de disseminar informações falsas sobre sua viagem a um monastério próximo à fronteira com a Índia que provocou a revolta de Pequim, que reivindica esta região do Himalaia como parte de seu território.
"As pessoas têm informação errada", disse o monge de 81 anos aos repórteres em Tawang, no distrito indiano de Arunachal Pradesh, em cujo monastério remoto encontrou refúgio há algumas décadas.
"Desejaria que um funcionário chinês me acompanhasse na minha visita aqui, (visse o que) faço, o que digo. Então conheceriam a realidade", disse.
Pequim protestou nesta semana ante o embaixador indiano, acusando Nova Déli de fornecer uma plataforma para o Dalai Lama "realizar atividades separatistas e anti-China".
Depois de ter se dirigido aos fiéis no monastério, considerado um dos locais mais sagrados do budismo tibetano, o Dalai Lama criticou Pequim, acusando seus governantes de confundir o povo sobre a natureza da sua visita.
O povo chinês tem "o direito de conhecer a realidade (...) Só tem informação de uma lado e informação equivocada é algo moralmente ruim, estão enganando seu próprio povo".
O governo indiano insistiu que a viagem era puramente religiosa e destacou que o Dalai Lama já havia estado em Tawang no passado, acusando a China de criar uma "controvérsia artificial".