Mundo

Dalai Lama achava mudança climática mais grave que crise no Tibete

Segundo o WikiLeaks, líder religioso afirmou que comunidade internacional deveria focar questões ambientais

Dalai Lama pediu no ano passado a diplomatas dos EUA maior atenção ao clima (Arquivo/Getty Images)

Dalai Lama pediu no ano passado a diplomatas dos EUA maior atenção ao clima (Arquivo/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2010 às 10h43.

Londres - O Dalai Lama afirmou no ano passado a diplomatas americanos que a comunidade internacional deveria dar prioridade à mudança climática em vez de ao problema político no Tibete.

A recomendação foi dada pelo líder espiritual ao embaixador americano na Índia, Timothy Roemer, segundo indicam documentos do Governo dos Estados Unidos vazados pelo site WikiLeaks e divulgados nesta sexta-feira pelo jornal britânico "The Guardian".

O Dalai Lama considerou que a "agenda política deveria ficar à margem por cinco ou dez anos e a comunidade internacional deveria mudar seu foco para a mudança climática no planalto tibetano".

"A fusão das geleiras, o desmatamento e o aumento dos casos de água contaminada pelas mineradoras são problemas que não podem esperar. No entanto, os tibetanos podem aguardar cinco ou dez anos por uma solução política", diz a mensagem diplomática.

Segundo comenta o "The Guardian", apesar de o Dalai Lama abordar com frequência questões ambientais, nunca sugeriu publicamente que os assuntos políticos deveriam ficar em segundo plano.

Na reunião que o embaixador realizou com o Dalai Lama, o líder budista criticou a política energética da China, ao dizer que a construção de uma represa no Tibete deslocou milhares de pessoas e deixou templos e mosteiros embaixo d'água.

Acompanhe tudo sobre:Aquecimento globalClimaMeio ambienteWikiLeaks

Mais de Mundo

Eleição na Alemanha mostra avanço da insatisfação e do voto conservador

Análise: eleição mostra que há novos muros na Alemanha

Eleições na Alemanha: conservadores vencem, mas precisam de alianças para governar

Papa Francisco: estado de saúde ainda é crítico, mas sem piora respiratória