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Dados dos EUA sugerem mais estímulos pelo Fed

Taxa de inflação baixa e queda no investimento em construção podem levar Fed a intervir na economia

O nível de investimento em projetos imobiliários privados caiu para o menor patamar em 12 anos (Arquivo)

O nível de investimento em projetos imobiliários privados caiu para o menor patamar em 12 anos (Arquivo)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.

Nova York/Washington - O crescimento do setor manufatureiro norte-americano desacelerou no mês passado e a inflação continou baixa em agosto, mostraram dados nesta sexta-feira, deixando espaço para o Federal Reserve iniciar uma nova rodada de estímulos monetários.

Os dados também mostraram que o consumo e o gasto com construção nos Estados Unidos aumentaram mais que o esperado em agosto, mas que o investimento em projetos imobiliários privados caiu ao menor nível em mais de 12 anos.

Juntos, os números sugerem que a atividade econômica dos EUA se expandiu de forma modesta no terceiro trimestre, após a desaceleração para 1,7 por cento de crescimento entre abril e junho.

Mas os dados não pintam um cenário robusto para a economia tirada da recessão há um ano, e analistas disseram que os mercados devem continuar ansiosos sobre uma possível atuação do Fed.

"Há mais 'quantitative easing' a caminho. O Fed pode ver que o caminho do crescimento está muito lento. Pode haver um perigo para eles em termos de deflação. Eu não sei se eles vão fazer isso (adotar estímulos) em novembro ou em dezembro", disse John Canally, economista da LPL Financial, em Boston.

Fábricas desaceleram, inflação baixa

Embora seja uma pequena parcela da economia dos EUA, a atividade manufatureira do país tem sido um ponto positivo, com o setor crescendo por 14 meses seguidos. Mas o ritmo de crescimento desacelerou nos últimos meses: em setembro, o índice de manufaturas caiu de 56,3 para 54,4, e o emprego no setor também diminuiu. O volume de novas encomendas encolheu pelo quarto mês consecutivo.


De acordo com outro relatório, do Departamento do Comércio, o gasto do consumidor norte-americano subiu 0,4 por cento. O consumo, que representa dois terços da economia dos EUA, teve a mesma variação em julho.

No entanto, a medida de inflação ao consumidor preferida pelo Fed -- o índice de preços do gasto do consumidor excluindo alimentos e energia-- subiu apenas 0,1 por cento pelo quarto mês seguido. Nos 12 meses até agosto, o núcleo do índice de preços teve alta de 1,4 por cento pelo terceiro mês seguido.

O Fed alertou na semana passada que as tendências de inflação estão abaixo dos níveis considerados coerentes com o objetivo de emprego pleno e estabilidade de preços do banco central norte-americano.

Gastos sobem, mas confiança é fraca

Limitando os gastos, há uma taxa de desemprego de 9,6 por cento e uma renda pessoal reduzida, enquanto a economia luta para se recuperar da pior recessão desde a Grande Depressão.

Em agosto, o gasto do consumidor teve apoio da alta de 0,5 por cento na renda pessoal, o maior acréscimo desde dezembro. A renda ficou acima das expectativas de 0,3 por cento e vem após um ganho de 0,2 por cento registrado em julho.

O gasto ajustado para inflação subiu 0,2 por cento, ganho semelhante ao de julho. O quarto mês seguido de alta oferece esperança de que os consumidores continuem a sustentar o crescimento econômico no terceiro trimestre.

Com o gasto um pouco abaixo do aumento de 0,5 por cento na renda pessoal disponível, a taxa de poupança avançou de 5,7 para 5,8 por cento. A poupança subiu para a taxa anual de 661,9 bilhões de dólares.

A confiança do consumidor melhorou um pouco em setembro. O índice de confiança ThomsonReuters/Universidade Michigan subiu de 66,6 para 68,2 por cento.

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