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Da Coreia à Arábia: Pompeo contra nova crise global

O secretário de estado americano encontra o rei saudita para evitar que uma visitar consular eleve o preço do petróleo para 200 dólares o barril

POMPEO CHEGA A RIAD: o secretário de estado americano chegou nesta terça-feira à Arábia Saudita, o maior produtor de petróleo do planeta e, ao lado de Israel, maior aliado americano no Oriente Médio

POMPEO CHEGA A RIAD: o secretário de estado americano chegou nesta terça-feira à Arábia Saudita, o maior produtor de petróleo do planeta e, ao lado de Israel, maior aliado americano no Oriente Médio

DR

Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2018 às 05h21.

Última atualização em 16 de outubro de 2018 às 06h18.

Depois de tentar engatilhar outro encontro entre Estados Unidos e Coreia do Norte, na semana passada, o secretário de estado americano, Mike Pompeo, tem outra tarefa dura pela frente: desatar uma bomba diplomática no Oriente Médio.

Pompeo chegou nesta terça-feira à Arábia Saudita, o maior produtor de petróleo do planeta e, ao lado de Israel, maior aliado americano no Oriente Médio.

Governado como um reino medieval, o país tem se aberto ao mundo desde que o príncipe Mohamed Bin Salman, de 33 anos, assumiu o posto de herdeiro do trono. Desde então, lançou um plano de modernização energética e até permitiu que mulheres passassem a dirigir e a frequentar o cinema — uma prática inimaginável no país há até pouco tempo.

Aparências à parte, o reino saudita segue o mesmo. Está sendo acusado pelo governo turco e pela comunidade internacional de assassinar um jornalista dissidente dentro de seu consulado em Istambul, na Turquia. Jamal Khashoggi entrou no consulado no dia 2 de outubro e nunca mais saiu. Investigações mostraram a chegada à cidade e a visita ao consulado de um grupo saudita no mesmo dia do sumiço do jornalista.

Segundo fontes da CNN e do New York Times, os sauditas estudam reconhecer o óbvio, e argumentarão que a morte foi consequência de um interrogatório que fugiu do controle, culpando um de seus agentes de inteligência e blindando a coroa.

Ontem, pelo Twitter, Donald Trump afirmou ter conversado com o rei saudita, que negou conhecer o caso e afirmou estar trabalhando junto com as autoridades turcas. No fim de semana, em entrevista à rede CBS, Trump afirmou que ficaria “muito decepcionado” se as investigações comprovassem um envolvimento saudita, completando que isso levaria a “punições severas”.

Os sauditas estão encurralados, já que uma série de investidores e banqueiros cancelou participação num fórum de investimentos previsto para o país na semana que vem. A reação é cair atirando: o reino afirmou que punições poderiam fazer com que elevasse o preço do barril de petróleo para mais de 200 dólares. Seria a deixa para uma visita a um consulado virar uma crise econômica global.

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