Conflitos: devido à ofensiva lançada nesta madrugada, mais de 3 mil pessoas tiveram que deixar essa cidade (Abdalrhman Ismail/Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de agosto de 2016 às 09h58.
Moscou - Os curdos na Síria denunciaram nesta quarta-feira a morte de 29 pessoas nos ataques feitos pelo Exército turco contra Jarabulus, cidade na fronteira e situada na região de Aleppo.
"Os ataques das tropas turcas contra a cidade de Jarabulus deixaram 29 mortos", esclarece o comunicado divulgado pelo Curdistão Sírio, que tem representação diplomática na capital russa.
A nota acrescenta que, devido à ofensiva lançada nesta madrugada pelas tropas turcas em território sírio, mais de 3 mil pessoas tiveram que deixar essa cidade e ir na direção de Manbij, 38 km ao sul.
O representante do Partido da União Democrática (PYD) em Moscou, Abdessalam Ali, advertiu que, caso o governo em Ancara continue sua ofensiva, os enfrentamentos entre o Exército turco e as milícias curdas serão "inevitáveis".
"A operação turca é uma clara ocupação do país vizinho. Naturalmente, nós resistiremos. Nossos dirigentes tomarão as medidas cabíveis. Se os turcos entram em território sírio, os curdos obrigatoriamente terão que se enfrentar com eles", advertiu.
Em sua opinião, a ofensiva turca contra o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) é uma desculpa para atacar Jarabulus, planos que não contariam o respaldo dos Estados Unidos, segundo os curdos.
"Os turcos dizem que os aviões da coalizão dirigida pelos Estados Unidos lhes ajudam, mas isso não é assim. Ao contrário, apoiam o PYD e existem planos de continuar apoiando no futuro", ressaltou.
Jarabulus, sob o controle do EI, é bombardeada há várias horas pela artilharia turca a partir do outro lado da fronteira, assim como pela aviação desse país, que quer evitar que os curdos tomem o controle da cidade.
O ministro do Interior turco, Efkan Ala, garantiu hoje que a incursão das Forças Armadas turcas não é dirigida somente contra o EI, mas contra "várias organizações terroristas", entre elas as milícias curdas.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, mantém que o PYD é uma organização terrorista.