Mundo

Curdos defendem cidade síria com armas lançadas pelos EUA

Curdos que defendem a cidade síria de Kobane do Estado Islâmico receberam com alívio as armas lançadas por aviões americanos


	Combatentes curdos: milícia curda luta há mais de 1 mês contra o Estado Islâmico
 (Karim Sahib/AFP)

Combatentes curdos: milícia curda luta há mais de 1 mês contra o Estado Islâmico (Karim Sahib/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de outubro de 2014 às 11h36.

Mursitpinar - Os curdos que defendem a cidade síria de Kobane receberam nesta segunda-feira com alívio armas lançadas por aviões dos Estados Unidos, depois de conterem o avanço do grupo Estado Islâmico (EI) graças aos ataques aéreos da coalizão internacional.

As armas serão de grande ajuda para os combatentes das Unidades de Proteção do Povo (YPG), a milícia curda que luta há mais de um mês contra os jihadistas do EI em Kobane, afirmou o porta-voz das YPG, Redur Xelil.

As armas foram lançadas durante a madrugada desta segunda-feira, assim como munições e material médico, por três aviões de carga C-130 sobre posições do YPG, que controla metade de Kobane.

O exército americano afirmou que o material foi repassado pelas autoridades curdas do Iraque.

O material pretende dar continuidade à resistência às tentativas do EI de assumir o controle de Kobane, destaca um comunicado do Centro de Comando Americano para o Oriente Médio e a Ásia central (Centcom).

Nas últimas semanas, os curdos pediram em várias oportunidades um reforço dos recursos dos combatentes das YPG, em inferioridade de condições ante o EI, que deseja conquistar a terceira maior cidade curda da Síria.

Depois dos últimos acontecimentos, "o equilíbrio de forças pode mudar a qualquer momento", opinou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede na Grã-Bretanha e que tem uma ampla rede de informantes na Síria.

No fim de semana, o presidente americano Barack Obama informou ao colega turco Recep Tayyip Erdogan sobre a intenção dos Estados Unidos e a importância de fornecer armas, segundo uma fonte americana, destacando que o EI é "um inimigo comum" dos Estados Unidos e da Turquia.

No domingo, Erdogan rejeitou os pedidos para que seu país fornecesse armas aos combatentes curdos na Síria.

Mas a Turquia adotou medidas para ajudar os combatentes curdos do Iraque a chegar, através de seu território, a Kobane.

"Ajudamos as forças dos 'peshmergas curdos' a atravessar a fronteira para seguir até Kobane. Nossas conversações sobre o tema continuam", declarou o ministro turco das Relações Exteriores, Mevul Cavusoglu, sem revelar mais detalhes.

Kerry quer apoio do sudeste asiático

O secretário de Estado americano, John Kerry, estava nesta segunda-feira na Indonésia, o país muçulmano de maior população do planeta, para acompanhar a cerimônia de posse do presidente Joko Widodo.

"Seria irresponsável da nossa parte, assim como algo moralmente difícil de justificar, dar as costas a uma comunidade que luta contra o EI", disse Kerry.

Kerry pretende solicitar aos líderes das nações do sudeste asiático que aumentem os esforços na luta contra o EI, segundo fontes americanas.

Os aviões da coalizão aumentaram nos últimos dias os ataques em Kobane e já bombardearam em mais de 135 ocasiões as posições do EI dentro e ao redor da cidade desde o fim de setembro, segundo o Centcom.

Os ataques, combinados com uma resistência contínua na região, mataram centenas de combatentes do EI e destruíram ou danificaram muitos equipamentos do EI, destacou o Centcom.

Mas a situaçõe em Kobane continua sendo "frágil".

Os jihadistas, que no sábado enviaram mais reforços À cidade, tentaram avançar no domingo até o centro de Kobane, mas os combatentes curdos impediram o ataque, deixando pelo menos oito mortos nas fileiras do EI, segundo o OSDH.

A Coalizão Nacional Síria, principal força de oposição no exílio, lamentou que os ataques aéreos tenham como alvos apenas os jihadistas e repetiu o apelo de uma intervenção estrangeira contra o regime de Bashar al-Assad, acusado de "praticar o terrorismo de Estado contra o povo sírio".

A coalizão também luta contra o EI no Iraque, onde os aviões americanos atacaram no fim de semana as posições dos jihadistas perto de Baiji (norte), a poucos quilômetros da principal refinaria de petróleo do país, e ao redor da represa estratégica de Mosul (norte).

As forças oficiais iraquianas têm dificuldades para recuperar o espaço perdido para os jihadistas no norte e oeste do país.

O primeiro-ministro iraquiano Haidar al-Abadi viajará nesta segunda-feira a Teerã para tentar unir os esforços da região e do mundo para ajudar o Iraque na guerra contra o grupo terrorista.

Acompanhe tudo sobre:ArmasEstado IslâmicoEstados Unidos (EUA)IslamismoPaíses ricos

Mais de Mundo

Rússia diz que Biden deu a Zelensky “permissão suicida” para usar armas de longo alcance

França elogia decisão dos EUA de permitir uso de mísseis pela Ucrânia

Presidente do Paraguai está “estável”, diz primeiro boletim médico de hospital no RJ

Presidente paraguaio passa mal no G20 e é hospitalizado no Rio de Janeiro