Iraque: Povo curdo mostra apoio à realização do referendo pela independência do Curdistão, a ser realizado nesta segunda (Chris McGrath/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2017 às 05h59.
Última atualização em 25 de setembro de 2017 às 08h11.
Nesta segunda-feira, os curdos que vivem no Iraque estão votando pela própria independência. Por meio de um polêmico referendo, que foi levado adiante pelo presidente do Curdistão iraquiano a contragosto das autoridades iraquianas e de outros órgãos internacionais, é esperado que os eleitores amplamente decidam pelo “sim” da autonomia.
O Curdistão é uma região que se esparrama pelos territórios de quatro países: Iraque, Irã, Síria e Turquia — e todos os países temem que os curdos decidam clamar por independência a depender do sucesso da parte iraquiana em guiar o processo. O território habitado pelos curdos é riquíssimo em petróleo, cobre e ouro, e a comunidade internacional tem se manifestado massivamente contrária à votação.
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O Conselho de Segurança da ONU manifestou preocupação pela decisão “potencialmente desestabilizadora” de realizar um referendo por via unilateral (sem o consentimento do governo central do Iraque), enquanto a Turquia afirmou que o referendo é uma “ameaça à sua segurança nacional”, além de ter classificado o referendo como “ilegal e inaceitável”. Inclusive, o tópico deve ser tema do último dia da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, que conta com a participação do presidente turco, Tayyip Erdogan.
Apesar de todas as investidas contrárias, o presidente do Curdistão iraquiano, Massoud Barzani, não cedeu. O referendo tem sido cogitado formalmente desde 2014, quando foi criado o Estado Islâmico na cidade de Mossul, no Iraque, levando a um cenário de conflitos constantes.
Atualmente, a população curda soma mais de 30 milhões de pessoas, sendo 7 milhões só na parte iraquiana, e elas compõem a maior nação sem estado do mundo. Caso o “sim” saia vitorioso das urnas, o desejo de consolidar suas tradições no secular território fica mais próximo.