Rua de Lisboa: "Lisboa tem uma história de miscigenação e tem mudado tão rapidamente que nem conseguimos ver. Queremos mostrar um pouco dessa mistura", explicou um dos organizadores do festival (Miguel/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2013 às 17h56.
Lisboa - Sem votos nem regras e com a arte de rua como única constituição, o festival "Todos" transforma até domingo Lisboa em uma versão cultural da Assembleia da ONU com dezenas de nacionalidades unidas pela música, pelo teatro e pela gastronomia.
O evento, que está na quinta edição, reúne artistas de Brasil, Angola, Índia, Itália e Cabo Verde, e as expressões de seus imigrantes dos bairros lisboetas.
"Lisboa tem uma história de miscigenação e tem mudado tão rapidamente que nem conseguimos ver. Queremos mostrar um pouco dessa mistura", explicou hoje a Agência Efe um dos organizadores do festival, o italiano Giacomo Scalisi.
Esta mudança é marcada por um dos símbolos permanentes do festival, a Orquestra Todos, projeto com treze músicos de vários países, que este ano gravou seu primeiro disco e participa do Rock in Rio e do Festival Músicas do Mundo, em Sines.
Destaca-se na programação a apresentação da fadista Amália Rodrigues, cantando seus sucessos e contando histórias, como a do seu amor pela música brasileira e do papagaio que a desafiava em seus ensaios.
No parlamento vai ser encenada a obra "Kohlaas", baseada no romance alemão "Michael Kohlaas" sobre justiça, lei e poder, dirigida pelo italiano Marco Baliani.
No majestoso Palácio de São Bento, será possível ouvir a fanfarra de Jaipur Maharaja, "big band" do oeste de Índia.
A festa tem ainda instalações artísticas e uma rota pelas diferentes religiões e templos do bairro da cidade.