Cuba e Estados Unidos: amanhã começam contatos relacionados à normalização de laços diplomáticos (Enrique De La Osa/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 14h18.
Havana - Cuba expressou nesta quarta-feira aos Estados Unidos preocupação com a política migratória americana para a ilha, concretamente pela permanência da Lei de Ajuste e a norma "pés secos - pés molhados", que Havana considera "o principal estímulo para a emigração ilegal para os Estados Unidos".
"Nós expressamos essa preocupação porque (as leis) atentam contra o espírito e a letra dos acordos migratórios que estamos revisando nesta sessão", disse hoje à imprensa o subdiretor para os EUA do Ministério das Relações Exteriores de Cuba (Minrex), Gustavo Machín.
Funcionários dos Estados Unidos e de Cuba mantêm hoje sua primeira reunião após o restabelecimento das relações diplomáticas entre os países, centrada em assuntos migratórios.
"Estamos conversando sobre tendências migratórias entre Cuba e EUA e como estão os fluxos de pessoas entre os dois países", indicou Machín, o número dois da delegação cubana, liderada pela diretora para os EUA do Minrex, Josefina Vidal.
À frente da delegação americana está o subsecretário adjunto para a América Latina do Departamento de Estado, Edward Alex Lee.
Machín indicou que na sessão de hoje as partes estão conversando "de forma respeitosa, com fluência, abertura e um enfoque construtivo, apesar das diferenças sobre determinados fenômenos migratórios entre os países".
Essa nova rodada do diálogo migratório é um dos poucos intercâmbios bilaterais oficiais que EUA e Cuba países já mantinham antes do restabelecimento de relações.
Amanhã começam os contatos relacionados à normalização de seus laços diplomáticos, com a reabertura de embaixadas como um dos assuntos prioritários, que serão lideradas no lado americano pela secretária de Estado para a América Latina, Roberta Jacobson, que está neste momento a caminho de Havana.