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Cuba rechaça acusações dos EUA de que instiga protestos na América Latina

Por outro lado, Cuba acusa os EUA de estarem por trás dos protestos da oposição em seus aliados Nicarágua e Venezuela

Cuba: ilha passa por dificuldades após os Estados Unidos colocarem em prática medidas para sufocar a economia do país (Francesco Pistilli/Bloomberg)

Cuba: ilha passa por dificuldades após os Estados Unidos colocarem em prática medidas para sufocar a economia do país (Francesco Pistilli/Bloomberg)

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EFE

Publicado em 1 de novembro de 2019 às 16h38.

Última atualização em 1 de novembro de 2019 às 16h38.

Havana — Cuba rechaçou nesta sexta-feira as acusações dos Estados Unidos que teria responsabilidade na crise na Venezuela e nos recentes protestos populares em países latino-americanos como Equador e Chile, aos quais, no entanto, manifestou total apoio.

"Cuba é acusada maliciosamente de ser responsável pelo que está acontecendo na Venezuela e pelas recentes manifestações populares contra o impiedoso neoliberalismo que avança na região", declarou o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, na sessão de abertura do Encontro Anti-Imperialista de Solidariedade, realizado em Havana.

Rodriguez reiterou que o país caribenho não tem "nenhuma outra participação ou envolvimento em protestos na América Latina, além do que emana do exemplo da Revolução Cubana".

Nas últimas semanas, houve grandes manifestações de descontentamento social no Chile e no Equador contra medidas governamentais que aumentam o custo de vida e reduzem os benefícios sociais.

Por outro lado, Cuba acusa os EUA de estarem por trás dos protestos da oposição em seus aliados Nicarágua e Venezuela. Os três países são acusados pelo governo americano de formarem a "troika da tirania".

"Os Estados Unidos precisam culpar Cuba por seu fracasso retumbante na Venezuela e justificar o endurecimento do embargo", disse o ministro cubano ao se referir à política de fortalecimento do bloqueio comercial americano contra Havana desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca.

Trump, que tentará a reeleição nas eleições presidenciais de 2020, autorizou recentemente uma série de medidas para sufocar a economia cubana, já prejudicada pela crise na Venezuela, sua principal aliada e apoiadora na América Latina.

Além da proibição de viagens de barco e da limitação de voos comerciais para outras cidades além de Havana, há sanções ao transporte de petróleo venezuelano para a ilha, que teve que se voltar para velhos aliados como a Rússia e novos parceiros como a Argélia em busca de combustível.

"Como resultado, durante meses temos enfrentado graves dificuldades para garantir o fornecimento de combustível necessário não só para o desenvolvimento, mas para a vitalidade diária do país", disse Rodriguez, que reconheceu que "algumas semanas atrás" o país enfrentou uma "situação de quase estoque zero " de diesel.

Essa escassez, que o governo se apressou em chamar de "situação temporária", provocou longas filas de carros nos postos de combustível e medidas extremas de economia no setor empresarial para evitar os temidos apagões como os que a ilha sofreu na década de 1990 após a queda da União Soviética.

Depois de algumas semanas de desabastecimento, o país voltou lentamente à normalidade, embora nesta sexta-feira alguns postos estejam fechados e longas filas de automóveis tenham se formado nos que estão abertos, como a reportagem da Agência Efe pôde observar em várias partes de Havana.

Bruno Rodríguez manifestou o apoio de Cuba ao recém-reeleito presidente da Bolívia, Evo Morales, à gestão do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, e parabenizou a Argentina pelo retorno do peronismo após a vitória de Alberto Fernández em primeiro turno nas eleições da semana passada.

Além disso, Rodríguez reiterou o apelo pela libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que segundo ele é "vítima de perseguição política".

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