Redação Exame
Publicado em 8 de setembro de 2023 às 14h21.
O governo de Cuba anunciou na quinta-feira, 7, que 17 pessoas foram detidas por suposta relação com uma rede de tráfico que opera a partir da Rússia para recrutar jovens para a guerra na Ucrânia. A informação foi divulgada pelo ministério do Interior do país.
Na segunda-feira, o governo revelou que trabalhava para desarticular uma rede de tráfico de pessoas dedicada a transportar moradores da ilha para a guerra, além de recrutar outros jovens que moram na Rússia.
O coordenador da investigação, César Rodríguez, disse que um dos detidos é o organizador das atividades e outros dois eram os que procuravam os cubanos interessados no alistamento para a guerra. A nacionalidade dos acusados não foi revelada. Segundo o portal de notícias Cubadebate, outras 14 pessoas confessaram que aderiram de maneira voluntária à operação, em troca de residência russa e pagamento.
A Procuradoria Geral cogita acusar os detidos pelos crimes de "tráfico de pessoas, mercenarismo (e) atos hostis em um Estado estrangeiro", o que pode resultar em sentenças de 30 anos de detenção, prisão perpétua e até pena de morte.
O chanceler cubano, Bruno Rodríguez, afirmou na segunda-feira que o governo atua "com a força da lei" contra as operações. Ele reforçou que Cuba não é parte do conflito na Ucrânia. O jornal América TeVe, de Miami, publicou na última sexta-feira, 1, depoimentos de dois adolescentes que disseram terem sido enganados por pessoas que os procuraram no Facebook para que trabalhassem como pedreiros em obras na Ucrânia ao lado do Exército russo. Também divulgou os relatos de outros cubanos que afirmaram ter sido contratados pelas Forças Armadas russas.