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Cuba planeja vacinação contra covid-19 com imunizante próprio em junho

O governo cubado explicou que os ensaios clínicos da Soberana 2 e da Abdala, as duas vacinas candidatas mais avançadas da ilha, deverão ser concluídos em junho

Cuba: o governo prevê que até junho mais de dois milhões de pessoas serão imunizadas no âmbito dos testes e estudos anteriores (AFP/AFP)

Cuba: o governo prevê que até junho mais de dois milhões de pessoas serão imunizadas no âmbito dos testes e estudos anteriores (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 24 de março de 2021 às 09h26.

Última atualização em 24 de março de 2021 às 12h59.

Cuba planeja iniciar a imunização em massa de sua população contra a covid-19 em junho com sua própria vacina, a primeira concebida e desenvolvida na América Latina, informou o Ministério da Saúde cubano nesta terça-feira (23).

O governo também prevê que seis milhões de cubanos sejam vacinados até agosto, em um país de 11,2 milhões de habitantes.

“O momento de introdução da vacina de que estaríamos falando” é o “mês de junho”, disse Iliana Morales Suárez, diretora de Ciência e Inovação do Ministério da Saúde, no programa de televisão Mesa Redonda.

A alta funcionária explicou que os ensaios clínicos da Soberana 2 e da Abdala, as duas vacinas candidatas mais avançadas da ilha, deverão ser concluídos nessa data.

A Soberana 2 iniciou em 4 de março em Havana a terceira e última fase de testes clínicos com 44.000 voluntários. A Abdala fez o mesmo nesta segunda-feira nas províncias de Santiago de Cuba, Granma e Guantánamo, no leste do país, com 48 mil voluntários.

O governo prevê que até junho mais de dois milhões de pessoas serão imunizadas no âmbito dos testes e estudos anteriores, chegando a um total de seis milhões de vacinadas até agosto, ou seja, mais da metade da população cubana.

Remessas para Venezuela e Irã

Nesta mesma semana, um estudo de intervenção para equipes médicas também foi iniciado em Havana, no qual 150.000 voluntários receberão a vacina Soberana 2.

Morales anunciou que um programa semelhante está planejado para a Abadala com outros 120.000 profissionais de saúde nas províncias do leste do país.

Além disso, indicou que outro estudo de intervenção será realizado em Havana com 1,7 milhão de habitantes voluntários de 19 a 80 anos. A capital, uma das áreas com maior disseminação do vírus na ilha, tem 2,1 milhões de habitantes.

No total, entre abril e maio, “estamos falando em cerca de dois milhões e pouco com todo esse avanço”, afirmou Morales.

“A partir de agosto estaremos concluindo a vacinação de seis milhões de pessoas”, frisou.
Cuba também começou a colaborar com outros países aliados. Em abril, enviará à Venezuela 30 mil doses de cada uma das duas drogas, informou o jornal Granma nesta terça-feira, citando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que agradeceu às autoridades cubanas pelas doações.

Outras 100.000 doses da Soberana 2 foram enviadas ao Irã em meados de março para testar a eficácia do antígeno.

Cuba, que enfrenta atualmente um surto do coronavírus, mantém uma baixa taxa de mortalidade desde o início da pandemia em março, com 401 mortes e 68.250 infecções.

Sob embargo dos Estados Unidos desde 1962, Cuba começou a desenvolver suas próprias vacinas na década de 1980, descobrindo em particular o primeiro antígeno contra o meningococo do tipo B.

Atualmente, 80% das vacinas incluídas em seu programa de imunização são fabricadas na Ilha.

Com base nessa experiência, os cientistas cubanos desenvolveram quatro imunizantes candidatas contra a covid-19: Soberana 1 (atualmente na fase 2), Soberana 2 (fase 3), Abdala (fase 3) e Mambisa (fase 1), esta última administrada por via nasal.

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