Cuba enfrenta apagões simultâneos em até 40% do território neste domingo, 9, especialmente no período da tarde e noite, quando há maior consumo de energia. A informação foi divulgada pela Unión Eléctrica (UNE), empresa estatal responsável pelo fornecimento elétrico no país.
A ilha vive uma grave crise energética há anos, agravada nos últimos meses, com três apagões nacionais registrados recentemente. Atualmente, algumas províncias chegam a ficar sem eletricidade por mais de 20 horas diárias, enquanto na capital, Havana, os cortes variam entre quatro e seis horas por dia.
Em fevereiro, Cuba teve o maior déficit de energia dos últimos anos: 57% do país ficou às escuras simultaneamente. A situação levou o governo a suspender aulas e atividades de trabalho por dois dias.
Capacidade energética insuficiente
A UNE prevê que, no horário de maior consumo deste domingo, a capacidade máxima de geração será de 1.820 megawatts (MW), enquanto a demanda chegará a 3.050 MW. Com isso, o déficit energético será de 1.230 MW, e os cortes efetivos de eletricidade alcançarão 1.300 MW.
O problema decorre de falhas e manutenções em oito das 20 unidades termoelétricas do país, além da paralisação de 43 centrais de geração distribuída e de uma plataforma flutuante por falta de combustível.
Infraestrutura obsoleta e falta de recursos
A UNE aponta que as principais causas da crise são:
- Termoelétricas antigas, com mais de 40 anos de uso e constantes falhas;
- Escassez de combustível, já que o país não tem divisas para importar fueloil e diesel;
- Falta de investimentos, que impede a modernização do setor.
Especialistas indicam que o governo precisaria investir entre US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões para recuperar o sistema elétrico nacional, um valor fora do alcance da economia cubana. Qualquer solução, portanto, só seria viável no longo prazo.
Impacto na economia
Os apagões frequentes afetam diversos setores e agravam a crise econômica de Cuba. Em 2023, o PIB do país encolheu 1,9%, e, no ano passado, não houve crescimento. O governo prevê uma alta de 1% para 2025, mas o nível de atividade econômica segue abaixo do patamar de 2019.