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Cuba denuncia censura do Twitter por bloqueio de contas

Rede social chegou a suspender dezenas de contas de veículos de imprensa e órgãos oficiais de Cuba

Atual presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, ao lado de Raul Castro (Alexandre Meneghini/Pool/Reuters)

Atual presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, ao lado de Raul Castro (Alexandre Meneghini/Pool/Reuters)

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AFP

Publicado em 12 de setembro de 2019 às 19h44.

Autoridades cubanas denunciaram nesta quinta-feira (12) uma "censura" do Twitter, após a suspensão de dezenas de contas de veículos de imprensa e órgãos oficiais, enquanto a rede social destacou violações em suas normas sobre múltiplas contas.

A suspensão ocorreu na noite de quarta-feira, em um momento em que o presidente Miguel Díaz-Canel se apresentava ao vivo na televisão para falar sobre uma crise de combustíveis na ilha.

O Ministério da Cultura considerou ter havido uma "operação do Twitter made in EUA para tentar silenciar Cuba" e denunciou que a rede social "censurou" as contas de vários de seus vice-ministros, além de que "muitas outras contas foram bloqueadas".

Durante a fala do presidente, o "Twitter suspendeu as contas dos principais veículos e operadores de informação em Cuba", informou a chancelaria cubana nesta rede social.

"Em uma evidente operação orquestrada, tentou-se limitar os pronunciamentos dos revolucionários a favor da verdade", acrescentou. O corte de contas ocorreu enquanto o presidente cubano apontava Washington como responsável pela falta de combustível, por suas sanções contra a ilha.

Quando o chefe de Estado começou a falar, a conta do programa foi suspensa, assim como a do canal de televisão Caribe e a de outros veículos de comunicação oficiais, incluindo os históricos jornais Granma e Juventude Rebelde.

As contas do Ministério das Comunicações, assim como a da deputada Mariela Castro - filha do ex-presidente Raul Castro - e do Partido Comunista de Cuba (PCC, único) também foram suspensas, constatou a AFP.

"O Twitter censura maciçamente jornalistas e mídia em Cuba", reagiu a União de Jornalistas cubanos, ao lembrar que o Grupo de Tarefas da Internet para Cuba, criado pelo Departamento de Estado americano, recomendou em junho usar esta rede social como "rodovia da subversão" na ilha.

Contatado pela AFP, o Twitter referiu-se a regras de manipulação em sua plataforma, particularmente à proibição de "amplificar ou perturbar de forma artificial as conversas através do uso de contas múltiplas".

Sem querer entrar em detalhes, a rede social informou ter comunicado "violações de sua política diretamente aos proprietários das contas" referidas.

Cuba, um dos países que durante muitos anos foi dos menos conectados do mundo, transformou a informação em uma prioridade, com a chegada, em dezembro, da Internet aos telefones celulares (3G). Mas o governo lembrou em julho que a Internet deve ser "um instrumento para a defesa da revolução".

A ilha é alvo regular de críticas de ONGs pelo controle excessivo nesta área. Em um recente informe, a ONG Freedom House denunciou que "os blogs e os sites críticos são frequentemente bloqueados".

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