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Cuba afirma que América Latina se "rebelou" contra os EUA

Para governo cubano, Estados Unidos teriam ficado isolado e obrigado a "exercer um veto imperial por falta de ideias e de autoridade política e moral"

De acordo com Cuba, na cidade colombiana de Cartagena das Indias foi demonstrado "o abismo crescente entre nossa América e o Norte revolto e brutal que nos despreza" (Adalberto Roque/AFP)

De acordo com Cuba, na cidade colombiana de Cartagena das Indias foi demonstrado "o abismo crescente entre nossa América e o Norte revolto e brutal que nos despreza" (Adalberto Roque/AFP)

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Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2012 às 11h56.

Havana - O Governo de Cuba considera que na última Cúpula das Américas a América Latina e o Caribe fizeram uma "rebelião" contra os Estados Unidos, que teria ficado isolado e obrigado a "exercer um veto imperial por falta de ideias e de autoridade política e moral".

"O presidente Obama deveria perceber que a Cúpula de Cartagena não foi propícia para aconselhar democracia a Cuba (...). Melhor se ocupar com suas guerras, crise e politicagem, que os cubanos se ocupam com Cuba", destaca o Executivo da ilha no jornal oficial "Granma" em texto intitulado "Pela segunda independência".

De acordo com Cuba, na cidade colombiana de Cartagena das Indias foi demonstrado "o abismo crescente entre nossa América e o Norte revolto e brutal que nos despreza".

"Foi impressionante a sólida postura unitária da Nossa América em torno do bloqueio, da exclusão de Cuba e das Malvinas", ressalta a declaração.

O texto destaca que a novidade da reunião continental foi que boa parte dos Governos, apesar de diferentes enfoques, agiram com solidariedade e complementaridade.

Cuba elogiou a atuação de diversos presidentes latino-americanos como o colombiano Juan Manuel Santos, por seu respeito com a ilha e o mérito de ter introduzido diretamente o tema do bloqueio e da exclusão do país.

Também foram elogiadas as posições do boliviano Evo Morales, do venezuelano Hugo Chávez e do nicaraguense Daniel Ortega, assim como a "firmeza" da argentina Cristina Kirchner e a "serena dignidade" de Dilma Rousseff.

Para Cuba, os Estados Unidos subestimaram processos políticos da região, como o nascimento da Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (Celac) e a tentativa frustrada de golpe em abril de 2002 na Venezuela, que completou dez anos.

Na opinião do Governo da ilha, na VI Cúpula das Américas, "Obama esteve totalmente isolado, obrigado a exercer um veto imperial por falta de ideias e de autoridade política e moral, e dedicado à demagogia, caminhando para eleições escabrosas".

O texto acrescentou que a OEA (Organização dos Estados Americanos) é um "cadáver insepulto", e que com o consenso de soberania regional demonstrado em Cartagena, a América Latina tem a oportunidade de resolver graves problemas de desigualdade nas riquezas, defesa da paz e "preservação da espécie humana".

Cuba e sua exclusão das Cúpulas das Américas foi um dos grandes assuntos da última reunião continental realizada no fim de semana passado em Cartagena das Indias, que acabou sem uma declaração final pela falta de consenso neste e outros temas espinhosos.

Os Estados Unidos e o Canadá se opõem à inclusão de Cuba nestes encontros pela falta de liberdades democráticas na ilha.

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