Mundo

Cruz Vermelha não consegue retirar feridos de Homs

Equipe da organização abandonou a cidade, onde continuam presos três jornalistas ocidentais

Organismo está planejando novas operações para salvar os feridos (AFP)

Organismo está planejando novas operações para salvar os feridos (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2012 às 20h28.

Cairo - As negociações para retirar mais feridos da cidade síria de Homs fracassaram novamente nesta terça-feira, e por causa da falta de segurança a equipe da Cruz Vermelha abandonou a localidade, onde continuam presos três jornalistas ocidentais.

O porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Síria, Saleh Dabakeh, disse à agência Efe que nesta terça-feira não pôde ser realizada nenhuma retirada de feridos e que os membros do CICV e do Crescente Vermelho em Homs retornaram a Damasco porque 'a situação é muito perigosa'.

Apesar das negociações terem ficado congeladas, o CICV voltará a tentar um acordo com as autoridades sírias e a oposição para a saída de mais feridos.

Dabakeh afirmou que seu organismo está planejando novas operações para salvar os feridos, entre os quais se encontra a jornalista francesa Edith Bouvier, segundo suas últimas informações.

Durante esta terça-feira foram divulgadas notícias contraditórias que Bouvier tinha entrado no Líbano junto ao também ferido Paul Conroy, algo que foi confirmado e depois desmentido pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Neste sentido, a porta-voz dos opositores Comitês de Coordenação Local (CCL), Rima Flihan, explicou à Agência Efe que Conroy saiu do país ajudado por militantes do rebelde Exército Livre Sírio (ELS) e que Bouvier permanece em Homs porque se negou a entregar o material jornalístico captado na cidade.


Segundo Flihan, a entrega do material é uma das condições das autoridades sírias para permitir à jornalista de 'Le Figaro' que abandone o país.

Já o coordenador do Comitê para a Proteção dos Jornalistas para o Oriente Médio e Norte da África, Mohammed Abdel Dayem, disse à Agência Efe que Bouvier, o espanhol Javier Espinosa, correspondente do 'El Mundo', e o francês William Daniel, continuam presos em Homs.

'Não há confirmação de que eles tenham saído da Síria, nem os corpos dos jornalistas mortos', disse Abdel Dayem em referência à repórter americana Marie Colvin e ao fotógrafo francês Rémi Ochlikhayan, que morreram em um bombardeio no bairro de Baba Amro, em Homs, na quarta-feira.

A situação em Homs é crítica e a retirada de feridos é realizada a conta-gotas. Dabakeh explicou que na segunda-feira só puderam retirar três pessoas e que por enquanto só enviam veículos com alimentos e remédios.

Segundo os CCL, pelo menos 50 pessoas morreram na província de Homs, 26 delas nos bombardeios contra Baba Amro, o que eleva a 100 o total de vítimas mortas nesta terça-feira em todo o país. 

Acompanhe tudo sobre:MortesSíriaViolência urbana

Mais de Mundo

Argentina registra décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro

Biden e Xi participam da cúpula da Apec em meio à expectativa pela nova era Trump

Scholz fala com Putin após 2 anos e pede que negocie para acabar com a guerra

Zelensky diz que a guerra na Ucrânia 'terminará mais cedo' com Trump na Presidência dos EUA