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Croácia promete ajudar Bálcãs a integrar União Europeia

País entrou oficialmente no bloco, mas a crise econômica e o pouco entusiasmo com a decisão ofuscaram o momento histórico

Presidente croata Ivo Josipovic durante uma celebração na praça Ban Jelesic, em Zagreb: "não deixaremos que a nuvem negra da crise econômica assombre o nosso otimismo", afirmou (AFP)

Presidente croata Ivo Josipovic durante uma celebração na praça Ban Jelesic, em Zagreb: "não deixaremos que a nuvem negra da crise econômica assombre o nosso otimismo", afirmou (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2013 às 11h12.

Zagreb - A Croácia entrou oficialmente, nesta segunda-feira, na União Europeia, apontando o caminho para os demais líderes dos Bálcãs reunidos em Zagreb, mas o momento histórico foi ofuscado pela crise econômica e o pouco entusiamo com a nova adesão.

Os chefes de Estado de oito nações dos Bálcãs se reuniram nesta manhã para parabenizar o feito e "mostrar à UE que existe vontade política para resolver as questões em aberto" entre os países desta região atingida por guerras após a dissolução da ex-Iugoslávia nos anos 1990.

A imprensa croata reagiu com entusiamo, mas sem exageros.

"Bom-dia cidadãos da UE", era a manchete do Jutarnji List, enquanto o influente Vernji List afirmava: "Um sonho que se tornou realidade".

Mas na Alemanha, o Süddeutsche Zeitung mandava um recado à Croácia: "Despreparada para entrar na UE, uma alegria contida".

"A próxima criança-problema a entrar na UE", destacou o Die Welt sobre este país burocrata que tem dificuldades para atrair investidores.

Em seu primeiro dia como Estado-membro, a Croácia recebeu os presidentes da Eslovênia, Sérvia, Bósnia, Macedônia, Montenegro e também do Kosovo, que proclamou sua independência da Sérvia em 2008, assim como a Albânia.

"Nosso grupo deseja ajudar a resolver questões em aberto" nesta região, onde as relações são marcadas por conflitos que se seguiram à dissolução sangrenta da federação comunista iugoslava, declarou o presidente croata Ivo Josipovic após a reunião.


Segundo ele, esta é uma iniciativa conjunta com a Eslovênia, primeira ex-república iugoslava a integrar a UE (2004).

Com a abertura para a Sérvia das negociações de adesão e a permissão ao Kosovo para a conclusão de um acordo de estabilização e associação, primeira etapa de um longo caminho em direção à UE, o prosseguimento do processo de ampliação nos Bálcãs parece assegurado, mas em Bruxelas os analistas afirmam que o processo pode ser mais longo e com mais prudência.

Em Belgrado, o presidente da UE, Herman Van Rompuy, elogiou os esforços da Sérvia e do Kosovo a fim de normalizar suas relações.

"Estou confiante que todos os países dos Bálcãs (...) vão deixar de lado as divisões para se concentrar em interesses, valores e objetivos comuns", declarou à imprensa, após se reunir com o chefe de Governo sérvio, Ivica Dacic.

Entre os países dos Bálcãs, Montenegro abriu em junho passado as negociações de adesão à UE, enquanto os outros avançaram em vários estágios no processo de aproximação.

A adesão croata a partir de 00H00 local (domingo 19H00 no horário de Brasília) à UE, primeiro país a integrar o bloco europeu desde a entrada em 2007 da Romênia e da Bulgária, foi vivida como um momento histórico, mas as comemorações foram abafadas pelas dificuldades econômicas.

"Não deixaremos que a nuvem negra da crise econômica assombre o nosso otimismo. A crise em um desafio, um convite a fazer do amanhã um dia melhor do que hoje", lançou o presidente croata a seus compatriotas.

A Croácia está em recessão desde 2009 e o desemprego atinge 20% dos cerca de 4,2 milhões de habitantes.

Na Croácia, o PIB é 39% abaixo da média europeia. Apenas Romênia e Bulgária ficam atrás de Zagreb, segundo o centro de estatísticas da UE.

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