Foi o primeiro discurso internacional de Trump depois da posse (Fabrice COFFRINI / AFP)
Repórter colaborador
Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 14h12.
Última atualização em 23 de janeiro de 2025 às 14h22.
Da última vez que Donald Trump discursou no Fórum Econômico de Davos, o ano era 2020 e o mundo começava a ouvir falar da covid-19. Cinco anos depois, novamente como presidente dos EUA, Trump participou de forma remota do fórum nesta quinta-feira, 23, e fez pesadas críticas à União Europeia.
"A União Europeia nos trata de forma muito injusta. Tributam vários produtos nossos. Temos centenas de bilhões de dólares de déficit com eles. Ninguém está satisfeito", falou. O republicano falou que o bloco europeu ganhou "bilhões de dólares" do Google e da Meta. "Temos muitas reclamações contra eles", disse.
Trump garantiu que irá investir pesado na geração de energia. "Teremos o dobro de geração de energia do que temos hoje. Faremos uma declaração de emergência para iniciar esse processo. Queremos fazer um carvão limpo também", afirmou.
O presidente americano afirmou que exigirá uma redução das taxas de juros, dando algumas indicações de que pode pressionar o Federal Reserve (banco central) dos EUA, que deve se reunir na próxima terça-feira.
"Exigirei que as taxas de juros sejam reduzidas imediatamente", disse ele. "Da mesma forma, deveriam cair em todo o mundo. As taxas de juros devem nos seguir em todos os lugares", acrescentou.
Sobre economia, o presidente criticou as políticas de governo Joe Biden e falou que trazer mais dinamismo ao país.
"Vamos reduzir a inflação e trazer mais empresas ao país. Iremos reduzir para 15% as taxas para produtos fabricados nos EUA", contou. "Os democratas desperdiçaram muito dinheiro, Até a pandemia, tínhamos a economia mais produtiva do mundo. Agora, temos que impor respeito às outras nações. Só queremos ser tratados de forma justa", disse. Sobre o Canadá, classificou o país como "difícil de lidar" e novamente insinuou que o território poderia fazer parte dos EUA.
“Isso começa com o confronto do caos econômico causado pelas políticas fracassadas da última administração”, disse Trump, criticando Joe Biden. “Nos últimos quatro anos, nosso governo acumulou US$ 8 trilhões em gastos deficitários e infligiu restrições energéticas destruidoras da nação, regulamentações incapacitantes e impostos ocultos como nunca antes.”
O presidente também disse que pediria à Arábia Saudita e outras nações da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) para baixar o preço do petróleo, prevendo que a ação do cartel poderia diminuir a inflação e permitir a redução das taxas de juros.
“Com os preços do petróleo caindo, exigirei que as taxas de juros caiam imediatamente”, disse Trump. “E, da mesma forma, elas deveriam estar caindo no mundo todo.”
Imediatamente após as declarações de Trump, o preço do petróleo Brent – a referência mundial – caía 0,75%, a US$ 77,56 às 14h22.
Maior rival geopolítica dos EUA, a China também foi alvo do discurso de Trump em Davos. "Gosto muito do presidente Xi Jinping. Estamos acreditando num relacionamento mais justo. Precisamos fazer isso", falou, num tom mais suave do que o usado até então.
Sobre Putin, Trump falou que "tem certeza" que o colega russo quer um mundo com menos armas nucleares e que vai falar com ele sobre a guerra na Ucrânia, "onde vidas estão sendo ceifadas", finalizou.
Trump também mostrou preocupação com a escalada da capacidade nuclear de China e Rússia e que vai conversar com os dois países para tratar do assunto.
Com informações da Agência O Globo