Cristina Kirchner, presidente da Argentina, no G20 de 2011: britânicos contestam a reivindicação argentina afirmando que o país sul-americano ignora as vontade dos três mil moradores (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2012 às 18h10.
Nações Unidas - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, fará nesta quinta-feira um pronunciamento no Comitê de Descolonização da Organização das Nações Unidas (ONU) pedindo intermediação da organização na negociação com o Rei Unido sobre a soberania nas ilhas Malvinas, conhecidas pelos britânicos como Falklands. A data marca o 30º aniversário do final da guerra travada entre os dois países em 1982.
Trata-se da primeira vez em que um chefe de Estado participa da reunião anual do comitê, criado em 1961. A reivindicação da presidente conta com o apoio de vários países. Já o arquipélago será representado por dois integrantes de sua Assembleia Legislativa, acompanhados por seis jovens moradores das ilhas.
A Argentina afirma que o Reino Unido ocupa ilegalmente das ilhas desde 1833. Os britânicos contestam a reivindicação argentina afirmando que o país sul-americano ignora as vontade dos 3 mil moradores locais, que já expressaram seu desejo de se manterem ligados ao Reino Unido. Já o governo argentino afirma que os moradores não têm o direito unilateral de decidir o destino da ilha.
A disputa resultou numa breve guerra em 1982, quando o governo do ditador militar argentino Leopoldo Galtieri invadiu o arquipélago, que fica a 460 quilômetros da costa da Argentina.
Cristina pediu que o Comitê de Descolonização, formado por 24 membros, marcasse sua reunião anual nesta quinta-feira para coincidir com o fim do conflito, que durou 74 dias. O objetivo da medida parece ter sido de dar mais visibilidade à disputa.
Há cerca de uma ano a Argentina tem intensificado sua campanha para levar o Reino Unido a realizar conversações sobre a soberania das ilha, tema enfatizado em todos os fóruns internacionais. A Argentina afirma que sua reivindicação tem amplo apoio na América Latina. Nesta semana, os Estados Unidos reiteraram sua neutralidade sobre a questão.
O governo das ilhas Malvinas anunciou na terça-feira a realização, no ano que vem, de um referendo sobre o futuro político do arquipélago.
O primeiro-ministro britânico David Cameron disse que seu país vai obedecer a escolha dos moradores das ilhas expressada no referendo e pediu à Argentina e seus aliados que façam a mesma coisa.
Em mensagem sobre o aniversário do final da guerra, ele disse que "o referendo do ano que vem vai estabelecer a escolha definitiva dos moradores das Falklands de uma vez por todas". "E da mesma forma como apoiamos os moradores das ilhas no passado, o faremos no futuro", afirmou ele. As informações são da Associated Press.