O promotor Alberto Nisman: promotor foi encontrado morto no domingo (Marcelo Capece/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2015 às 16h55.
Buenos Aires - A presidente argentina, Cristina Kirchner, ordenou nesta segunda-feira que a informação relacionada à investigação do atentado contra a mutual judaica AMIA em 1994, solicitada na semana passada pelo promotor Alberto Nisman, morto no domingo, seja tornada pública pelo serviço de inteligência.
A presidente argentina informou em um comunicado que o secretário de Inteligência (SI), Óscar Parrilli, notificou nesta segunda a juíza federal María Servini de Cubría de que, por "expressa instrução da presidenta da Nação", autoriza a desclassificação da informação solicitada por Nisman ao realizar sua denúncia vinculada ao caso AMIA e relacionada à assinatura do Memorando de Entendimento entre a Argentina e o Irã, datado de 2013.
O promotor Nisman fez o pedido em sua denúncia, vinculada à casa AMIA e à assinatura do Memorando de Entendimento entre Argentina e Irã, em 2013.
Parrilli lembrou que Nisman "tinha enviado ofícios à Secretaria Presidencial, pedindo a publicação da identidade, das ações, dos fatos e circunstâncias correspondentes ao pessoal de inteligência que surge do produto das intervenções telefônicas dos assinantes" a quatro números telefônicos, detalhados na circular.
O promotor Alberto Nisman, encontrado morto em seu apartamento de Buenos Aires, devia depor na tarde desta segunda-feira, perante a Comissão de Legislação Penal do Congresso, sobre as provas que sirvam para acusar a presidente Kirchner e seu chanceler, Héctor Timerman, entre outros, de acobertar o Irã de suas supostas responsabilidades no atentado de 20 anos atrás, na capital argentina, que deixou 85 mortos e 300 feridos.
Na tarde desta segunda-feira, foi feita a necropsia no corpo do promotor e os resultados devem ser divulgados nas próximas horas.
Organizações judaicas na Argentina como a AMIA, a DAIA e também o Centro Simon Wiesenthal pediram para esclarecer o fato.
Israel lamentou a morte do promotor, qualificado como um "corajoso jurista" e pediu à Argentina que prosseguisse com a investigação da causa.