Cristina Kirchner: apesar do retorno, a argentina deverá seguir algumas recomendações, como não viajar de helicóptero, nem de avião (REUTERS/Eduardo Munoz)
Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2013 às 13h51.
Buenos Aires - Afastada do cargo há 44 dias, a presidente argentina, Cristina Kirchner, volta a trabalhar oficialmente nesta segunda-feira.
A agenda dela terá início a partir das 15 horas, na residência oficial de Olivos, com audiências concedidas ao secretário geral da Presidência, Oscar Parrilli, ao chefe de Gabinete, Juan Manuel Abal Medina e ao vice-presidente, Amado Boudou, segundo informou a Secretaria de Comunicação.
No entanto, Cristina deverá seguir algumas recomendações, como: não viajar de helicóptero, nem de avião; não participar de atos e discursos públicos "inflamados"; e não sofrer situações estressantes. Por isso, a volta ao trabalho será em Olivos, sem traslados, por enquanto, à Casa Rosada, sede do Executivo.
Durante a ausência de Cristina, o poder executivo ficou praticamente paralisado e estourou uma forte disputa interna para o controle do poder.
O conflito foi acentuado após a derrota dos candidatos governistas nas eleições parlamentares para renovar metade da Câmara e um terço do Senado, além das Câmaras de Vereadores e Assembleias Legislativas nas províncias e municípios. O governo manteve maioria na Câmara e no Senado, mas não obteve maioria qualificada.
Há forte expectativa em torno de possíveis mudanças de nomes no gabinete presidencial. Além disso, há rumores de medidas econômicas para aliviar a situação do elevado gasto público e a perda de reservas do Banco Central. Até o momento, não há informações sobre quando a presidente vai aparecer em público.
Comentários de deputados da base governista indicam que seria durante uma solenidade no dia 10 de dezembro para comemorar o Dia Internacional dos Direitos Humanos e os 30 anos de regresso da democracia, além dos seis anos de mandato de Cristina.
Antes do retorno oficial, Cristina ligou ontem à noite para a ex-presidente chilena Michelle Bachelet, para cumprimentá-la pelo resultado do pleito chileno, que a levou ao segundo turno das eleições presidenciais.
Cristina ficou de licença médica por causa de uma cirurgia para drenagem de um hematoma localizado em uma das membranas entre o crânio e o cérebro, produzido por uma batida na cabeça em circunstâncias não esclarecidas oficialmente. Cristina procurou os médicos da clínica da Fundação Favaloro no dia 5 de outubro, porque sentia fortes dores de cabeça e arritmia cardíaca.
Depois de passar o dia inteiro no hospital para realizar exames, ela regressou à residência oficial, com a indicação de repouso médico por 30 dias. Apenas dois dias depois, o quadro se agravou e ela foi operada no dia 8 de outubro. No dia 9 de novembro, os médicos deram alta à Cristina, mas com indicação para retomar as atividades normais somente hoje.