Presidente da Argentina, Christina Kirchner, durante comício em maio deste ano, em Buenos Aires (Marcos Brindicci/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de outubro de 2013 às 22h34.
Buenos Aires - A Fundação Favaloro, um dos mais prestigiados centros médicos privados da Argentina, finaliza os detalhes da intervenção à qual se submeterá amanhã, terça-feira, a presidente Cristina Kirchner para retirar um hematoma craniano, em um procedimento que será liderado por um médico que já se declarou simpatizante da oposição à governante.
A governante, que recebeu hoje na clínica as visitas de seus filhos, Máximo e Florença, e de sua mãe, Ofelia, descansou durante boa parte do dia no hospital, que liberou um andar inteiro para acomodar seus acompanhantes.
Enquanto isso, dezenas de simpatizantes começaram a se concentrar do lado de fora da Fundação Favaloro para expressar sua solidariedade e penduraram cartazes com mensagens como 'Força Cristina' e 'O país precisa de você'.
A equipe que operará Cristina estará liderada pelo diretor do Instituto de Neurociências da Fundação Favaloro, Facundo Manes, que estudou na Universidade de Buenos Aires e completou sua formação na Universidade de Cambridge, e por Gerardo Bozovich, diretor Médico da Fundação.
Curiosamente, Manes se declarou há pouco tempo 'radical de coração', em referência ao partido opositor União Cívica Radical, e em 2001, após o crack econômico argentino, uniu-se a um grupo que pretende 'voltar a fundar o país'.
A Fundação Favaloro, criada em 1992 pelo prestigiado cirurgião argentino René Favaloro, inventor do by-pass, foi concebida como um centro de alta complexidade, especializado em dolências cérebro e cardiovasculares.
No ano 2000, em meio a uma grave crise pelas dívidas que a Fundação acumulava, e após fracassar em sua tentativa de conseguir ajuda governamental do gabinete do então presidente radical Fernando de la Rúa (1999-2001), Favaloro se suicidou.
Quatro anos depois, o falecido ex-presidente e marido de Cristina Kirchner, Néstor Kirchner, reabilitou sua figura publicamente e liberou fundos para a instituição. EFE