Kirchner, atualmente senadora, é investigada em uma dúzia de casos de corrupção (Marcos Brindicci/Reuters)
AFP
Publicado em 25 de abril de 2019 às 18h30.
"Sinceramente", o livro de Cristina Kirchner, chegou nesta quinta-feira, 25, às livrarias argentinas para alimentar ainda mais a expectativa sobre uma possível disputa pela presidência nas eleições de 27 de outubro.
O livro, que tem como objetivo quebrar recordes de vendas, foi uma surpresa e um golpe no cenário político, que quer descobrir os planos de Kirchner — que está à frente do liberal Mauricio Macri na corrida pela reeleição, segundo pesquisas de intenção de votos.
Mesmo em um cenário de segundo turno, a ex-presidente de esquerda (2007-2015) está à frente de Macri, cujo capital político desde que assumiu em dezembro de 2015 foi corroído em meio à crise econômica.
"Hoje, quando o país está em completo declínio político, econômico, social e cultural, espero que lendo essas páginas possamos pensar e discutir sem ódio, sem mentiras e sem queixas", diz Kirchner no livro.
A ex-presidente de 66 anos, que enfrentará seu primeiro julgamento em 21 de maio por suposto desvio de verbas, está em Cuba acompanhando sua filha Florencia, sob tratamento médico por obstrução linfática. Ambas são investigadas pela Justiça, bem como seu outro filho, Máximo, um deputado.
"Eles fizeram e continuam a fazer todo o possível para me destruir. Eles acreditavam que acabariam me derrubando. É claro que eles não me conhecem", afirma no livro.
Kirchner, atualmente senadora, é investigada em uma dúzia de casos de corrupção e, embora haja pedidos de prisão preventiva contra ela, o foro parlamentar lhe protege desta possibilidade.