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Cristina defende protecionismo e fala em 'transferir o cargo'

Cristina Kirchner afirmou que as barreiras protecionistas de países desenvolvidos, como os membros da União Europeia (UE), são mais altas que as mantidas pela Argentina

A governante liderou um grande comício, organizado em Bariloche (sul da Argentina), para a comemoração do aniversário da revolução da independência (Alejandro Pagni/AFP)

A governante liderou um grande comício, organizado em Bariloche (sul da Argentina), para a comemoração do aniversário da revolução da independência (Alejandro Pagni/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2012 às 19h38.

Buenos Aires - A presidente argentina, Cristina Kirchner, contestou nesta sexta-feira as críticas contra suas políticas protecionistas e falou em ''transferir o cargo'', coincidindo com o debate aberto dentro do governo sobre seu futuro político, durante um comício de caráter nacionalista.

Cristina afirmou que as barreiras protecionistas de países desenvolvidos, como os membros da União Europeia (UE), são mais altas que as mantidas pela Argentina e, ''quando veem isto, é como se existisse um protecionismo legal, o dos desenvolvidos, e um populista, o dos emergentes, e não é bem assim''.

A governante liderou um grande comício, organizado em Bariloche (sul da Argentina), para a comemoração do aniversário da revolução da independência do país. Em seu discurso, não se referiu explicitamente à denúncia apresentada pela UE ante a Organização Mundial do Comércio (OMC) pelas restrições argentinas às importações.

Ela insistiu que as barreiras às importações não são contraditórias com a presença da Argentina em foros multilaterais, como o G20, e nem devem ser interpretadas como ameaça por terceiros países.

''Acho que, como membros do G20, isso não deve se contrapor aos interesses de outros países do mundo. O problema não está entre as economias de produção, o problema está em uma economia global que ainda não conseguiu convencer os grandes líderes de que as políticas de ajuste só trazem miséria, fome, dor e mudanças políticas imprevisíveis'', declarou.


Segundo a presidente, a região enfrenta uma ''excelente oportunidade de articular nossas economias. Precisamos nos constituir definitiva e seriamente como um bloco muito importante no mundo para lutar pela segunda parte da independência''.

Em discurso carregado de evocações a seu falecido marido e antecessor, Néstor Kirchner, no nono aniversário da chegada do kirchnerismo ao poder, Cristina insistiu na continuidade do modelo, embora tenha admitido que ''transferir o cargo é inevitável''. ''Aos que acreditam na eternidade, rezem um terço à noite e percebam o quão frágeis somos todos''.

''Devolvemos aos argentinos a pátria que lhes tinham tomado'', acrescentou a governante, que aproveitou também a oportunidade para defender a recente nacionalização da petrolífera YPF, antes controlada pela espanhola Repsol.

''Ver o edifício da YPF iluminado com as cores da Argentina, azul e branco, me deixou emocionada'', admitiu Cristiana em alusão às luzes da sede central da companhia petrolífera, no bairro de Puerto Madero.

De acordo com a presidente, expropriar a YPF dará à Argentina a ''soberania em hidrocarbonetos, que vai nos permitir voltar a ser o país que já fomos e voltar nos autoabastecer''. 

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