Guerrilha na Costa do Marfim: o relatório aponta como culpados destes atos policiais, grupos de autodefesa e os chamados "dozos" (Pascal Le Segretain/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2012 às 12h59.
Abidjan - Mais de 3,2 mil pessoas morreram durante a crise pós-eleitoral na Costa do Marfim durante os primeiros meses de 2011 motivada por eleições apertadas, após as quais o ex-presidente Laurent Gbagbo se negou a transferir o poder a seu rival político, Alassane Ouattara, atual chefe de Estado do país.
Segundo um relatório divulgado ontem à noite pela Comissão Nacional de Investigação formada após o episódio de violência, as forças favoráveis a Gbagbo mataram 1542 pessoas, das quais 1009 morreram em execuções sumárias.
Por outra parte, o documento responsabiliza às forças que apoiaram o presidente Ouattara pela morte de 727 pessoas, 545 das quais foram executadas.
A Comissão Nacional de Investigação foi criada em 2011 pelo presidente Ouattara para esclarecer os incidentes que ocorreram durante a crise pós-eleitoral, entre dezembro de 2010 e abril de 2011.
Esta comissão registrou um total de 28 mil casos de violações dos direitos humanos, embora, segundo a presidente do comitê, Paulette Badjo, ditas números estejam abaixo da realidade.
O relatório aponta como culpados destes atos policiais, grupos de autodefesa e os chamados "dozos", caçadores tradicionais envolvidos nos incidentes violentos que se posicionaram a favor de Ouattara.
O presidente Ouattara recebeu ontem à noite o relatório em um ato público realizado no Palácio Presidencial, no qual reiterou sua vontade de pôr fim à impunidade dos culpados.