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Crise no Brexit: ministra pede demissão e aumenta pressão sobre May

A saída da ministra Andrea Leadsom aumenta a dúvida sobre possibilidade de aprovação do novo acordo do Brexit

Brexit: a ministra deixou o cargo após May apresentar o novo acordo (Kirsty Wigglesworth/Getty Images)

Brexit: a ministra deixou o cargo após May apresentar o novo acordo (Kirsty Wigglesworth/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 23 de maio de 2019 às 10h30.

A ministra Andrea Leadsom - importante apoiadora do Brexit - pediu demissão do governo da primeira-ministra britânica, Theresa May, nessa quarta-feira (22), elevando a pressão sobre a líder. O pedido de demissão foi feito após o fracasso de uma nova proposta para o Brexit, apresentado pela premiê.

Até agora, May resistiu, prometendo continuar em sua missão, apesar da oposição à sua proposta de conseguir aprovar um acordo para o Brexit no Parlamento, ao flexibilizar sua postura em relação a um segundo referendo e acordos alfandegários.

A renúncia de Leadsom aprofunda ainda mais a crise do Brexit, reduzindo ainda mais a autoridade de uma líder já enfraquecida. Quase três anos depois de os britânicos terem votado pela saída da União Europeia (UE), não está claro quando, ou mesmo se, o Brexit irá acontecer.

Leadsom, líder da Câmara dos Comuns, disse, no Parlamento, que não poderia anunciar o novo projeto para o acordo de retirada, pois não acredita no plano.

"Eu não acredito mais que nossa abordagem irá entregar o resultado do referendo", disse Leadsom, antes rival de May na disputa para se tornar primeira-ministra. "É, portanto, com grande pesar e com o coração pesado, que eu saio do governo".

Um porta-voz de Downing Street manifestou decepção com a decisão, mas disse que "a primeira-ministra continua focada em entregar o Brexit, que foi escolhido pelo povo".

May pode ainda tentar aprovar seu novo plano para o Brexit, que inclui a votação sobre um segundo referendo -- depois que o projeto passar a primeira fase --, assim como acordos comerciais mais próximos com a UE.

Mas a nova proposta foi recebida com uma rápida reação negativa, com diversos parlamentares que já a apoiaram em votações anteriores dizendo que não poderiam apoiar o novo plano, principalmente por conta de sua brusca mudança em relação à possibilidade de um segundo referendo.

"Eu sempre sustentei que um segundo referendo poderia ser perigosamente controverso, e eu não apoio que o governo facilite de boa vontade essa concessão", disse Leadsom.

"Ninguém gostaria de vê-la ter sucesso mais do que eu", escreveu Leadsom a May. "Mas, agora, peço que tome as decisões certas no melhor interesse do país, deste governo e de nosso partido".

O parlamentar do Partido Trabalhista Ian Lavery, líder da oposição, disse que a saída de Leadsom mostra que "a autoridade da primeira-ministra foi afetada, e seu tempo acabou".

"Pelo bem do país, Theresa May precisa sair, e precisamos imediatamente de uma eleição geral", acrescentou.

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