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Crise na Coreia do Sul: manifestantes pedem renúncia do presidente em frente ao Congresso

Líder do país decretou lei marcial, que foi derrubada pelo Congresso; oposição fala em golpe de estado

Soldados tentam entrar na Assembleia Nacional, onde manifestantes protestam contra lei marcial, na madrugada de quarta-feira (Jung Yeon-je /AFP)

Soldados tentam entrar na Assembleia Nacional, onde manifestantes protestam contra lei marcial, na madrugada de quarta-feira (Jung Yeon-je /AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 16h13.

Milhares de manifestantes se reuniram em frente à Assembleia Nacional da Coreia do Sul na madrugada desta quarta-feira, 4, (tarde de terça no Brasil) para protestar contra a lei marcial decretada pelo presidente do país, Yoon Suk-yeol, e exigir sua renúncia.

A manifestação espontânea ocorreu depois que o presidente anunciou a lei marcial de emergência após as 22h da noite de terça-feira (10h em Brasília) em um discurso televisionado que pegou o país de surpresa.

A lei marcial foi decretada pela primeira vez na Coreia do Sul desde 1981, agora com o objetivo de proteger a “ordem constitucional” diante das atividades “antiestatais” das quais o presidente acusa o Partido Democrático (PD), principal grupo da oposição, que ele classificou como “forças pró-Coreia do Norte” em sua declaração.

Os manifestantes se reuniram em frente ao portão principal da Assembleia, que estava protegido por ampla segurança, enquanto as tropas sul-coreanas sob o comando da lei marcial tentavam obter acesso à sede do Legislativo.

Grandes grupos de policiais mantiveram os manifestantes fora do perímetro das instalações parlamentares, e a Agência EFE não conseguiu observar no local nenhum confronto entre os manifestantes e as forças de segurança ou outros incidentes notáveis.

Protesto espontâneo

A multidão, que variava de adolescentes a idosos, entoou repetidamente o hino nacional e pediu a renúncia de Yoon. “Essa foi uma tentativa sem sentido de destruir a democracia sul-coreana”, disse à EFE Kim Seung-ho, um empresário de 60 anos que participou dos protestos.

A manifestação ocorreu apesar do fato de que, às 23h locais (11h em Brasília), o chefe do Estado-Maior Conjunto (JCS), Park An-su, que foi nomeado comandante sob lei marcial e decidiu imediatamente enviar tropas para assumir o controle da Assembleia, proibiu qualquer atividade política, inclusive protestos ou manifestações.

Ao redor do prédio do Legislativo, alguns dos veículos militares mobilizados foram cercados por grupos de manifestantes, que trocaram palavras com os soldados.

Helicópteros das forças sul-coreanas também sobrevoaram a sede do Legislativo e seus arredores, enquanto algumas das tropas chegaram a entrar no prédio principal da Assembleia, de acordo com relatos da imprensa local.

O destacamento militar não conseguiu impedir que uma sessão plenária extraordinária da Assembleia fosse realizada por volta da 1h de quarta-feira (13h desta terça-feira em Brasília), convocada com urgência pelo Partido Democrático, que detém a maioria e se opõe ao Partido do Poder Popular (PPP), partido governista de Yoon.

Naquela sessão, a maioria apoiou uma resolução pedindo a Yoon que revogasse a lei marcial, o que, de acordo com a Constituição sul-coreana, obriga o presidente a retirar a medida e o deixa em uma posição bastante comprometida.

A declaração da lei marcial foi amplamente criticada pelos partidos de oposição e até mesmo pelo líder do partido de Yoon, Han Dong-hoon, que considerou ser uma medida “errada” e se comprometeu a “bloqueá-la” junto com os cidadãos.

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