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Crise europeia pode afetar projetos da Rio+20, diz ministra

Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, países envolvidos na crise são tradicionais financiadores de medidas de preservação do meio ambiente

Izabella Teixeira anunciou nesta terça-feira que o Brasil registrou a menor taxa da história de desmatamento da Amazônia, segundo dados consolidados neste ano (Reuters)

Izabella Teixeira anunciou nesta terça-feira que o Brasil registrou a menor taxa da história de desmatamento da Amazônia, segundo dados consolidados neste ano (Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2012 às 23h24.

São Paulo - A crise econômica que atinge países da Europa pode afetar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que o país sedia a partir desta semana, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, nesta terça-feira.

Segundo a ministra, países envolvidos na crise são tradicionais financiadores de medidas de preservação do meio ambiente e de sustentabilidade e, com os problemas fiscais e financeiros nessas nações, os recursos podem ser comprometidos.

"A crise pode atrapalhar numa mobilização de curto prazo para a solução de meios de implementação, como por exemplo transferência de recursos adicionais", disse Izabella.

"Alguns países que têm uma larga tradição em financiar projetos de sustentabilidade estão submetidos à crise e estão revendo suas carteiras de financiamento", acrescentou.

Para Izabella, a crise e seus efeitos não representam um gargalo para as negociações "no médio e longo prazo". Esses temas fazem parte das negociações entre os países que vão participar da conferência no Rio, de 13 a 22 de junho.

O Ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, também falou sobre os impactos da crise nas discussões da Rio+20.


"É óbvio que o contexto de crise financeira internacional tem um impacto grande sobre o que se debaterá no Rio de Janeiro nos próximos dias e a própria cúpula da Rio+20 será precedida pelo G20", disse o chanceler ao lembrar que ao contrário do que aconteceu na Eco92, os países periféricos hoje estão no centro.

Independentemente do cenário econômico global e da ausência de chefes de Estado de alguns países, como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha, os ministros frisaram que o compromisso firmado pelo Brasil e que deve ser acompanhado pelos demais países é de que os pontos firmados na Eco92 não serão alterados.

Acrescentaram que o que vier a ser feito para a preservação do meio ambiente e desenvolvimento sustentável será para agregar e fortalecer os compromissos firmados há 20 anos.

"O princípio básico da conferência é não retroceder", disse Patriota.

Izabella negou que as recentes medidas do governo para estimular a economia brasileira, como a redução de IPI para automóveis, seja contraditória à posição brasileira de promover o desenvolvimento sustentável.

Segundo ela, as medidas são de curto prazo e têm o objetivo de proteger empregos, um dos temas dos pilares fundamentais da cúpula ao lado da economia verde, governança e erradicação da pobreza.

"A política de redução do IPI não é contraditória à conferência porque ela está discutindo médio e longo prazo com planos de ação em relação a produção e consumo sustentável. As medidas levam em consideração uma situação de crise e desemprego que também a conferência vai discutir", ressaltou.

"Não defendo que se encha as cidades de carros, mas defendo um trabalho estruturado e permanente como renovação de frota, veículos que poluam menos... a conferência pensa nos próximos 20 anos e o consumo sustentável", concluiu.

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