Por conta da entrada de refugiados, a chanceler Merkel parece mais vulnerável e o partido Alternativa para a Alemanha, anti-imigração, cresce (REUTERS/Hannibal Hanschke)
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2016 às 16h36.
Berlim - Na última década, a política alemã tem sido relativamente monótona, com Angela Merkel dominando o cenário nacional, e os principais partidos concordando sobre todos os principais temas, de socorros à zona do euro e refugiados até a supressão da energia nuclear.
No entanto, isso pode mudar em 2016, quando cinco dos 16 estados da Alemanha terão eleições, no processo que culminará com a próxima eleição geral no ano que vem.
Não somente a chanceler Merkel parece mais vulnerável do que nunca por causa da sua acolhida a centenas de milhares de refugiados de guerras no Oriente Médio, mas o crescimento do Alternativa para a Alemanha, partido anti-imigração, inseriu um novo elemento de surpresa na cena política.
Some-se a isso uma fragmentação sem precedentes do eleitorado, o que significa que seis partidos têm chances de fato de entrarem na maioria dos parlamentos locais, e a normalmente consensual e confortável política alemã começa a parecer um pouco menos previsível e potencialmente mais disputada do que tem sido por um longo tempo.
O fator imprevisível é a ameaça de um ataque de extremistas islâmicos em território alemão, um risco evidenciado na véspera do Ano Novo quando autoridades receberam uma informação de que cidadãos sírios e iraquianos planejavam um ataque suicida a bomba em estações de trem em Munique.
Isso poderia ser fatal para Merkel, reconhecem autoridades em Berlim em conversas particulares, se um ataque fosse realizado com sucesso por pessoas que entraram na Europa com o fluxo migratório, como no caso de dois dos envolvidos nos ataques de 13 de novembro em Paris.