Refugiados em protesto contra ações húngaras: “Acima de tudo vamos mostrar solidariedade com estas pessoas que estão fugindo do perigo ou da morte” (Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2015 às 08h44.
A divisão da Polônia sobre como lidar com a crise de refugiados na União Europeia esteve no centro de um debate ontem (20) entre os candidatos às eleições de domingo (25).
Candidatos de oito partidos falaram sobre a forma como a Polônia devia gerir o fluxo de refugiados que chegam à União Europeia, fugidos da guerra e instabilidade no Oriente Médio e Norte de África.
A primeira-ministra polaca Ewa Kopacz, do partido Plataforma Cívica, reiterou seu compromisso com a solidariedade europeia, mas sublinhou a importância de se reforçar as fronteiras do bloco.
“Acima de tudo vamos mostrar solidariedade com estas pessoas que estão fugindo do perigo ou da morte”, disse, acrescentando que a distinção entre refugiados e migrantes econômicos deve ser uma prioridade.
O Governo de Kopacz opôs-se a quotas obrigatórias mas aceitou acolher cerca de 5 mil das 120 mil pessoas a serem distribuídas entre os 28 Estados-Membros da União Europeia.
Já Beata Szydlo, do partido da oposição Lei e Justiça (PiS), defendeu que a Polônia “devia focar na ajuda humanitária e apoio financeiro aos países onde estas pessoas estão agora em risco”, destacando que o problema dos refugiados devia ser resolvido na fonte.
Duas pesquisas publicadas na semana passada deram ao PiS 32% e 36% das intenções de voto, à frente dos 22% da Plataforma Cívica, que tem visto a sua popularidade cair ao fim de oito anos no poder.
Pawel Kukiz, um roqueiro aposentado, líder do Movimento Kukiz'15, que conseguiu 20% dos votos nas eleições presidenciais de maio, disse que “estes são migrantes econômicos” e não refugiados.
Janusz Korwin-Mikke, do grupo Korwin, acusou Angela Merkel de “pedir que criemos campos de concentração para estes refugiados e os guardemos para que não fujam para a Alemanha”.
Adrian Zandberg, do pequeno partido de esquerda Together, instou a classe política a não ceder ao argumento do medo e pediu “decência” com os migrantes.
“Se estas pessoas que estão fugindo da guerra, da morte e da fome estão batendo à nossa porta, é nosso dever, como seres humanos, cuidar deles”, disse.