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Crianças que emigram sozinhas têm pais imigrantes ilegais

Segundo Comitê Judicial, maioria das crianças que entraram sozinhas e de forma ilegal nos EUA têm pais imigrantes ilegais


	Imigrantes da América Central se exercitam no centro de imigrantes "Posada Belen" em Saltillo
 (Daniel Becerril/Reuters)

Imigrantes da América Central se exercitam no centro de imigrantes "Posada Belen" em Saltillo (Daniel Becerril/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 23h06.

Washington - A maioria das crianças procedentes da América Central que entraram sozinhas e de forma ilegal nos Estados Unidos têm pais imigrantes ilegais no país, segundo as conclusões do presidente do Comitê Judicial da Câmara dos Representantes, o republicano Bob Goodlatte, após viajar à fronteira.

Goodlatte liderou uma delegação bipartidária de congressistas à região do Vale do Rio Grande, na fronteira com o México, organizada para obter informação sobre o fluxo de crianças, adolescentes e famílias que seguem entrando ilegalmente ao país e que fez com o que o governo classificasse a situação como uma "crise humanitária".

Segundo as conclusões divulgadas hoje pelo escritório do congressista, para a "grande maioria" das crianças centro-americanas que cruzaram sem companhia de um adulto houve contato com seus pais, "que já estavam nos Estados Unidos ilegalmente" e que participaram de uma ou outra forma na operação para seu transporte ilegal.

Os congressistas que visitaram instalações federais se reuniram com funcionários do Departamento de Saúde, com membros da Patrulha Fronteiriça em McAllen (Texas) e da ponte internacional de Brownsville.

Os agentes da Patrulha Fronteiriça pediram medidas dissuasórias para deter esta afluência, segundo o escritório de Goodlatte, e denunciaram que se estendeu a voz na América Latina que as mulheres e as crianças não são consideradas "prioritárias" para as deportações.

O congressista Goodlatte destacou que o presidente dos EUA, Barack Obama, "tem ferramentas" para controlar esta atividade no Vale do Rio Grande e prevenir que os menores façam uma "viagem perigosa" ao país.

"Se Obama quer deter este problema, deve fazer cumprir nossas leis de imigração e deixar de usar a caneta e o telefone para criar programas de legalização", disse em comunicado, no qual, além disso, pediu que sejam revisados os pedidos de asilo para evitar "fraudes".

Junto com o congressista Goodlatte viajaram o republicano pela Califórnia Darrell Issa; o republicano pelo Texas Blake Fahrenthold; a democrata pela Califórnia Zoe Lofgren; a democrata pelo Texas Sheila Jackson, e o democrata pela Flórida Joe García.

Os congressistas democratas emitiram, por sua parte, um comunicado no qual afirmaram que milhares dessas crianças são "autênticos refugiados" que escapam de situações perigosas, motivo pelo qual "merecem a proteção das leis nacionais e das leis internacionais".

Os democratas rejeitaram as condições de "confinamento" nas quais são abrigadas as crianças, inclusive bebês, e instaram o governo a solucionar esta situação aumentando as instalações disponíveis, ao mesmo tempo em que avaliaram o "excelente trabalho" dos agentes da Patrulha Fronteiriça que trabalham em condições "extremamente difíceis".

Os congressistas democratas consideraram necessário "chegar ao fundo da questão: uma reforma migratória bipartidária" nos Estados Unidos e um esforço multinacional para enfrentar as causas "que levam a estas crianças a fugir de seus lares".

Neste ano fiscal (outubro-setembro), as autoridades calculam que 50 mil menores e cerca de 40 mil famílias cruzaram a fronteira de forma ilegal, a maioria deles procedente de Honduras, Guatemala e El Salvador.

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