Aquecimento global: expansão vertiginosa significa oportunidades de bilhões de dólares para as empresas, que vão desde a construção mais sustentável de casas e escritórios até a melhoria das redes ferroviária e rodoviária (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2014 às 12h35.
Oslo - As áreas urbanas do mundo devem crescer em quase duas vezes o tamanho de Manhattan por dia até 2030, e os projetos de urbanização de futuras cidades da Ásia e da África será crucial para reduzir o aquecimento global, apontou um estudo da ONU divulgado na segunda-feira.
A expansão vertiginosa significa oportunidades de bilhões de dólares para as empresas, que vão desde a construção mais sustentável de casas e escritórios até a melhoria das redes ferroviária e rodoviária, de acordo com um relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC).
"Há uma janela de oportunidade" para se associar a arquitetura urbana com a redução do aquecimento global, disse Karen Seto, professora da Universidade de Yale, que participou da elaboração do relatório do IPCC de 2.000 páginas sobre o controle de mudanças climáticas.
Um resumo de 33 páginas com uma foto de Xangai na capa foi divulgado no domingo. O documento informa que cidades ainda a serem construídas podem ajudar o conter o aquecimento, mas a maioria dos detalhes está em um capítulo de 116 páginas obtido pela Reuters antes da publicação na terça-feira.
Em um cenário, a expansão urbana entre 2000 a 2030 irá adicionar 1,2 milhão de quilômetros quadrados para as cidades, principalmente na Ásia e na África.
Essa expansão significa 110 quilômetros quadrados todos os dias durante três décadas, quase duas vezes o tamanho de Manhattan ou 20.000 campos de futebol norte-americano.
"Vinte mil campos de futebol vão passar de fazendas para cidades, de florestas para as cidades, todos os dias", disse Seto à Reuters. As áreas urbanas representam entre 71 e 76 por cento das emissões de dióxido de carbono do mundo de energia.
Projetos de cidades mais compactas, que reduzem trajetos, aquecimento para poupar energia, transporte público melhor, ciclovias e áreas de pedestres podem reduzir as emissões, principalmente de combustíveis fósseis.
Os obstáculos incluem a falta de regulamentação para o planejamento, especialmente em países em desenvolvimento.
"A cada semana, a população urbana mundial aumenta em 1,3 milhão", informa o capítulo. Em 2050, a população urbana deve ser cerca de dois terços de todas as pessoas na Terra.