Segundo Annan, a comunidade internacional já se uniu em busca de uma solução para o conflito, mas deve agora levar essa união a um novo patamar (Louai Beshara/AFP)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2012 às 10h46.
Brasília – Os relatos de um novo massacre na Síria, desta vez no vilarejo de Qubair, na província de Hama, onde pelo menos 78 pessoas, entre elas mulheres e crianças, foram mortas na última quarta-feira (6), aumentou a pressão internacional sobre o governo do presidente Bashar Al Assad.
Após reunião ontem (7) do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para discutir a crise na Síria, o secretário-geral da instituição, Ban Ki-moon, disse que a contínua violência no país mostra que há uma ameaça real e iminente de guerra civil. Segundo ele, há poucas evidências de que o governo sírio esteja cumprindo o plano internacional de paz negociado pela ONU com o país.
Horas antes, em discurso na Assembleia Geral, Ban já havia condenado o "assassinato de inocentes", que descreveu como chocante e revoltante. "Qualquer regime ou líder que tolere assassinato de inocentes perdeu sua humanidade", acrescentou.
O enviado especial da ONU à Síria, Kofi Annan, disse que é o momento de ameaçar Assad com fortes consequências, caso seu governo não interrompa a violência contra civis. Ele destacou ao Conselho de Segurança que a crise na Síria pode se transformar em uma espiral fora de controle, caso a comunidade internacional não aumente a pressão sobre o governo Assad.
Segundo Annan, a comunidade internacional já se uniu em busca de uma solução para o conflito, mas deve agora levar essa união a um novo patamar. "Ações individuais ou intervenções não vão solucionar a crise".
O enviado da ONU disse ainda que esse novo episódio de violência demonstra que seu plano de paz para a Síria não foi implementado, apesar de ter sido aceito pelo governo.