Senador democrata Robert Menendez discursa em Cherry Hill, Nova Jersey: político é um dos autores do projeto (Jeff Fusco/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2014 às 22h08.
Washington - Dois senadores dos EUA que fizeram um projeto de lei para ampliar as sanções econômicas ao Irã estão a ponto de reunir o apoio necessário para aprovar a legislação, apesar do acordo do grupo 5+1 de não impor novas restrições à Teerã enquanto durarem as negociações nucleares.
O projeto, promovido pelo senador democrata Robert Menéndez e pelo republicano Mark Kirk acumulou esta semana o respaldo de 59 legisladores, o que o deixa a apenas um de conseguir os 60 votos necessários para ser aprovado no Senado, informou nesta sexta-feira o jornal "Politics".
Apesar da Casa Branca ter ameaçado vetar a legislação, os senadores poderiam derrubar o veto se aprovarem o projeto com 67 votos a favor, um objetivo não muito distante.
Também não parece improvável que a Câmara dos Representantes, de maioria republicana, aprove por maioria sua própria versão do texto.
O pacote de sanções afetaria vários setores industriais iranianos e cortaria o acesso ao sistema financeiro americano às companhias que negociem com Teerã na exportação de petróleo.
No entanto, só entraria em vigor se o governo iraniano violar o acordo preliminar fechado em novembro com o 5+1 (EUA, Rússia, França, Reino Unido, China, Rússia mais a Alemanha) ou se passarem os seis meses estabelecidos para as negociações sem chegar a um pacto definitivo sobre seu programa nuclear.
A Casa Branca teme que a aprovação de pacote de sanções ponha em perigo a negociação, que hoje registrou um avanço ao serem solucionados em Genebra os desacordos pendentes que permitirão implementar o pacto preliminar.
"Continuamos em contato com membros do Congresso, e deixamos muito claro que nos opomos categoricamente a essa legislação", disse hoje o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
O governo de Barack Obama argumenta que, caso o Irã rompa seu compromisso com os 5+1, "o Congresso teria a capacidade de atuar muito rapidamente para impor novas sanções", explicou Carney.
EUA e União Europeia (UE) acusam Teerã de tentar desenvolver armas atômicas, o que os levaram a impor graves sanções internacionais à República Islâmica, que rejeita esta acusação e reivindica seu direito de desenvolver um programa nuclear com fins pacíficos.