A inflação nos Estados Unidos teve queda em março e atingiu 2,4% na taxa anual, segundo o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), divulgado nesta quinta-feira, 10. O dado mostra um cenário de inflação esfriando, enquanto o presidente Donald Trump tem avançado com a implantação de tarifas comerciais sobre todos os países.
O dado de março veio abaixo do que a maioria dos analistas esperava. A expectativa do mercado era de avanço mensal de 0,1% e alta anual de 2,6%, segundo o Wall Street Journal.
Em fevereiro, o índice havia atingido 2,8% na taxa anual e 0,2% na variação mensal.
O núcleo do CPI, que exclui gastos com comida e energia, que são mais voláteis, avançou 0,1% no mês e 2,8% nos últimos 12 meses.
A categoria energia teve queda de 2,4% no mês, com destaque para a gasolina, que baixou 6,3%. A baixa do preço do combustível compensou a alta mensal de itens como eletricidade (0,9%) e gás encanado (3,6%). Na comparação anual, a gasolina baixou 9,8%.
O custo dos carros, uma das áreas mais atingidas pelas tarifas de importação de Trump, se manteve estável (0% de alta). Os veículos novos ficaram com a taxa em 0%, e os usados subiram 0,6%. O presidente determinou uma taxa de 25% sobre automóveis importados, que entrou em vigor em março, mas possui exceções para México e Canadá, dois dos países que mais vendem carros aos americanos.
Entre os itens que tiveram alta, houve elevações em cuidados pessoais, cuidados médicos e educação.
Na parte de alimentos, a carne bovina subiu 1,2% e os laticínios, 1% no último mês. Os ovos acumulam alta de 60% nos últimos 12 meses.
"Os dados trazem algum alívio em relação à trajetória inflacionária, mas a progressão futura continua sendo uma preocupação em meio às idas e vindas das tarifas de importação do governo americano, cujos efeitos ainda são incertos. A pausa de 90 dias para a maioria dos países pode aliviar as projeções, mas o impacto da tarifa sobre produtos da China tem potencial significativo", disse Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
"O impacto pleno das tarifas anunciadas pelo governo Trump ainda não se refletiu nos preços. O avanço de tarifas e sua possível repasse às cadeias de produção devem pressionar os preços nos próximos trimestres, exigindo cautela por parte do Federal Reserve na condução da política monetária", afirmou Marianna Costa, economista-chefe da Mirae Asset.
Por que o CPI importa?
O índice de inflação serve como um dos termômetros dos efeitos das políticas de Donald Trump na economia. As políticas do republicano, como aumentar tarifas de importação sobre todos os países, trazem risco de ampliar a inflação no país e, ao mesmo tempo, de gerar uma recessão.
A meta do Fed, o banco central americano, é trazer a inflação americana para 2%. No entanto, a meta do Fed se baseia em outro indicador, o PCE, focado em gastos de consumo pessoal. O PCE de fevereiro, último dado disponível, apontou alta anual de 2,5%. Os dados de março serão divulgados em 30 de abril.
A inflação nos EUA chegou a 9,1% ao ano em junho de 2022, na esteira da crise gerada pela pandemia. Em resposta a isso, o Fed deu início a um ciclo de alta nos juros, que durou dois anos. O corte da taxa foi iniciado em setembro, quando os juros foram para a faixa de 4,75% a 5% ao ano. Foi a primeira baixa em quatro anos. Nos meses seguintes, houve novas baixas, e a taxa atual é de 4,25% a 4,5% ao ano. No fim de janeiro, o Fed pausou a queda da taxa de juros.
Os juros altos nos EUA atraem mais capitais ao país, o que reduz o fluxo para outros países, como o Brasil, que passam a ter mais dificuldade para captar recursos. A alta nos juros americanos também influencia a queda na taxa de juros do Brasil.
-
1/17
O presidente dos EUA, Joe Biden, e a primeira-dama Jill Biden posam ao lado do presidente eleito Donald Trump e Melania Trump ao chegarem à Casa Branca em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025, antes de partirem para o Capitólio dos EUA, onde Trump será empossado como o 47º presidente dos EUA. (Foto de ROBERTO SCHMIDT / AFP)
(O presidente dos EUA, Joe Biden, e a primeira-dama Jill Biden posam ao lado do presidente eleito Donald Trump e Melania Trump ao chegarem à Casa Branca em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025, antes de partirem para o Capitólio dos EUA, onde Trump será empossado como o 47º presidente dos EUA. (Foto de ROBERTO SCHMIDT / AFP))
-
2/17
Donald Trump chegando à Casa Branca recebido por Joe Biden
(Donald Trump chegando à Casa Branca recebido por Joe Biden)
-
3/17
Donald Trump e Melania Trump em cerimônia religiosa de posse
(Donald Trump e Melania Trump em cerimônia religiosa de posse)
-
4/17
Donald Trump e Melania Trump cerimônia religiosa de posse
(Donald Trump e Melania Trump cerimônia religiosa de posse)
-
5/17
O presidente Joe Biden e sua vice Kamala Harris se preparam para cumprimentar o presidente eleito Donald Trump na Casa Branca em Washington
(O presidente Joe Biden e sua vice Kamala Harris se preparam para cumprimentar o presidente eleito Donald Trump na Casa Branca em Washington)
-
6/17
Donald Trump ao lado de sua esposa no seu juramento
(Donald Trump ao lado de sua esposa no seu juramento)
-
7/17
JD Vance é empossado como vice-presidente pelo juiz da Suprema Corte Brett Kavanaugh enquanto Usha Vance segura a Bíblia durante a 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025. (Foto de Morry Gash / POOL / AFP)
(JD Vance é empossado como vice-presidente pelo juiz da Suprema Corte Brett Kavanaugh enquanto Usha Vance segura a Bíblia durante a 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025)
-
8/17
WASHINGTON, DC - 20 DE JANEIRO: (E-D) Priscilla Chan, Meta e CEO do Facebook Mark Zuckerberg, e Lauren Sánchez comparecem à posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na Rotunda do Capitólio dos EUA em 20 de janeiro de 2025 em Washington, DC. Donald Trump toma posse para seu segundo mandato como o 47º presidente dos Estados Unidos. (Foto de Chip Somodevilla/Getty Images)
(Priscilla Chan, Meta e CEO do Facebook Mark Zuckerberg, e Lauren Sánchez comparecem à posse do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, na Rotunda do Capitólio dos EUA em 20 de janeiro de 2025 em Washington, DC)
-
9/17
(E-D) O CEO do Google, Sundar Pichai, fala com o CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, quando eles chegam para a cerimônia de posse antes de Donald Trump tomar posse como 47º presidente dos EUA na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025
(O CEO do Google, Sundar Pichai, fala com o CEO da Tesla e da SpaceX, Elon Musk, quando eles chegam para a cerimônia de posse antes de Donald Trump tomar posse como 47º presidente dos EUA na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, DC, em 20 de janeiro de 2025)
-
10/17
O top três, liderado por Elon Musk, continua a ser integrado por Mark Zuckerberg e Jeff Bezos.
(Convidados, incluindo Mark Zuckerberg, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Elon Musk, chegam antes da 60ª posse presidencial na Rotunda do Capitólio dos EUA em Washington, segunda-feira, 20 de janeiro de 2025)
-
11/17
Donald Trump em seu discurso de posse
(Donald Trump em seu discurso de posse)
-
12/17
Joe Biden aperta a mão de Donald Trump em sua posse
(Joe Biden aperta a mão de Donald Trump em sua posse)
-
13/17
Congresso dos EUA, decorado para a cerimônia de posse
(Congresso dos EUA, decorado para a cerimônia de posse)
-
14/17
Congresso dos EUA, em Washington, que terá frio severo no dia da posse
(Congresso dos EUA, em Washington, que terá frio severo no dia da posse)
-
15/17
O ex-presidente George W. Bush, a ex-primeira-dama Laura Bush e o ex-presidente Barack Obama chegam para a cerimônia de posse de Donald Trump
(O ex-presidente George W. Bush, a ex-primeira-dama Laura Bush e o ex-presidente Barack Obama chegam para a cerimônia de posse de Donald Trump)
-
16/17
George W. Bush chega para a cerimônia de posse de Donald Trump
(George W. Bush chega para a cerimônia de posse de Donald Trump)
-
17/17
Donald Trump e Joe Biden no juramento de posse do presidente eleito
(Donald Trump e Joe Biden no juramento de posse do presidente eleito)