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CPI: inflação dos EUA atinge 3% ao ano em janeiro, acima das expectativas

Dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo governo americano

Latas de sopa e de conservas em supemercado de Nova York (Spencer Platt/AFP)

Latas de sopa e de conservas em supemercado de Nova York (Spencer Platt/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 10h32.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2025 às 11h20.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,5% em janeiro. O dado foi divulgado nesta quarta-feira, 12, pelo Escritório de Estatísticas do Trabalho. A taxa acumulada da inflação dos últimos doze meses foi de 3%.

A maioria dos analistas esperava avanço mensal de 0,3% e alta anual de 2,9%, segundo o Wall Street Journal.

O CPI de janeiro costuma trazer reajustes maiores de preços, feitos pelas empresas no começo do ano. Em dezembro, o indicador de inflação em 12 meses estava em 2,9%, e a alta mensal havia sido de 0,4%.

O índice do CPI que exclui gastos com comida e energia, que são mais voláteis, avançou 0,4% no mês e 3,3% nos últimos 12 meses.

Entre os itens que tiveram maiores altas de preço em janeiro, estão a gasolina, que avançou 1,8% no mês, os gastos com energia (1,1%) e moradia (0,4%). Houve, ainda, encarecimento de 2,2% no custo de carros usados.

A meta do Fed, o banco central americano, é trazer a inflação americana para 2%. No entanto, a meta do Fed se baseia em outro indicador, o PCE, que reúne gastos de consumo pessoal. O PCE de dezembro, último dado disponível, apontou alta anual de 2,6%. Os dados de janeiro serão divulgados em 28 de fevereiro.

O presidente do Fed, Jerome Powell, participou de uma audiência no Congresso na terça, 11, e disse que o BC americano não precisa acelerar a queda de juros no país, pois a economia está aquecida. Powell voltará ao Congresso nesta quarta, para um segundo dia de audiências.

Inflação em queda

A inflação nos EUA chegou a 9,1% ao ano em junho de 2022, na esteira da crise gerada pela pandemia. Em resposta a isso, o Fed deu início a um ciclo de alta nos juros, que durou dois anos. O corte da taxa foi iniciado em setembro, quando os juros foram para a faixa de 4,75% a 5% ao ano. Foi a primeira baixa em quatro anos. Nos meses seguintes, houve novas baixas, e a taxa atual é de 4,25% a 4,5% ao ano. No fim de janeiro, o Fed pausou a queda da taxa de juros.

O cenário para os próximos meses tem incertezas, como qual será o alcance e as medidas da guerra comercial iniciada por Trump, que determinou tarifas de importação sobre produtos do Canadá, México e China, além de novas taxas sobre o aço e o alumínio importados. A maioria das medidas passa a valer em março, de modo que ainda há tempo para negociações e mudanças nas medidas.

"O mercado passa a precificar uma probabilidade cada vez menor de cortes de juros em setembro, com as projeções mudando para dezembro para o primeiro corte de 0,25 ponto. Já não é totalmente descartado que haja movimentos de altas", disse Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

Os juros altos nos EUA atraem mais capitais ao país, o que reduz o fluxo para outros países, como o Brasil, que passam a ter mais dificuldade para captar recursos. A alta nos juros americanos também influencia a queda na taxa de juros do Brasil.

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