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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
São Paulo - CPFL Energia, Cemig e Neoenergia têm interesse em comprar a Elektro, oitava maior distribuidora de energia do Brasil e terceira maior do Estado de São Paulo. A informação é do IFR, um serviço da Thomson Reuters.
As negociações estariam em estágio avançado, com valor da transação de 7 bilhões de reais ou mais, segundo noticiou o IFR nesta quinta-feira.
Das três potenciais compradoras, CPFL e Cemig teriam ganhos de sinergias por já possuírem ativos próximos à área de concessão de Elektro, de acordo com analistas ouvidos pela Reuters.
A Elektro é o antigo braço de distribuição da geradora estatal paulista Cesp. A norte-americana Ashmore Energy International (AEI) detém 99,68 por cento da empresa brasileira.
Conforme o IFR, se a compra da Elektro for concretizada, é provável que a operação seja uma das maiores de fusões e aquisições no Brasil em 2010.
Procurada pela Reuters, a Elektro disse que não vai comentar o assunto, mesma retorno da Neonergia. A Cemig informou estar em período de silêncio pela proximidade da divulgação de seu resultado trimestral. Até a publicação da reportagem, a CPFL não respondeu a solicitação.
Mais cedo nesta quinta-feira, em teleconferência com analistas para falar sobre o resultado da CPFL no segundo trimestre, o presidente da companhia, Wilson Ferreira Jr., afirmou que o interesse da empresa em ativos de distribuição concentra-se em locais próximos à área de atuação da empresa.
Assim como a Elektro, a CPFL tem forte presença em distribuição de energia elétrica no interior paulista.
Valor do negócio
A Elektro atende a cerca de 2 milhões de clientes de 223 cidades do Estado de São Paulo e cinco municípios do Mato Grosso do Sul.
No ano passado, a Elektro teve lucro líquido de 485,6 milhões de reais, crescimento de 23,9 por cento. A receita líquida foi de 2,7 bilhões de reais, alta de 6 por cento. Em 2009, a Elektro distribuiu 11.035,6 gigawatts-hora (GWh) a clientes finais, volume 1,8 por cento superior a 2008.
Para a analista Rosângela Ribeiro, da SLW Corretora, entre as três supostas interessadas, "a CPFL teria o maior ganho de sinergias com a compra da Elektro, embora a Cemig esteja interessada em qualquer ativo que lhe traga retorno".
Ela lembrou que em outras ocasiões a controladora AEI afirmou não ter interesse em se desfazer da Elektro. "Para pagar um valor deste porte, talvez seja necessário que a interessada faça um consórcio para a aquisição", observou, referindo-se aos 7 bilhões de reais.
Para um analista do setor que preferiu não se identificar, o valor citado pelo IFR é muito alto mesmo se considerada a baixa dívida líquida da Elektro, que em dezembro passado era de 838,5 milhões de reais.
Na América do Sul, a AEI tem ativos também na Argentina e na Bolívia. Tais negócios poderiam entrar no acordo envolvendo a Elektro, segundo o analista.
"A Elektro é a joia da coroa. Para eles, pode interessar condicionar a venda da distribuidora brasileira a um ativo que não ofereça tanto retorno", afirmou.
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