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Covid-19: OMS Europa recomenda reforço de medidas face a nova variante

22 países da UE registraram casos ligados a essa nova cepa. Segundo os primeiros estudos, ela está respondendo às vacinas, indicou a OMS

OMS: "A variante não muda a natureza da doença, e "a covid-19 não é nem mais nem menos grave" (Fabrizio Bensch/Reuters)

OMS: "A variante não muda a natureza da doença, e "a covid-19 não é nem mais nem menos grave" (Fabrizio Bensch/Reuters)

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AFP

Publicado em 7 de janeiro de 2021 às 11h01.

A OMS pediu, nesta quinta-feira (7), que a Europa faça mais diante da "situação alarmante" criada pela nova variante mais contagiosa do coronavírus, à medida que a pandemia avança na Ásia, onde o Japão declarou um novo estado de emergência em Tóquio.

"Esta é uma situação alarmante, o que significa que durante um curto período teremos que fazer mais do que fizemos", disse o diretor da OMS para a Europa, Hans Kluge, durante uma coletiva de imprensa online.

"As medidas de base, que todos conhecemos, devem ser intensificadas para baixar a transmissão, aliviar nossos serviços contra a covid-19 e salvar vidas", ressaltou.

Segundo ele, é preciso generalizar o uso de máscaras, limitar o número de reuniões sociais, respeitar a distância física e lavar as mãos, e combinar essas medidas com sistemas adequados de detecção e de localização, assim como isolar os pacientes.

Vinte e dois países da zona Europa, que inclui 53 países, registraram casos ligados a essa nova cepa. Segundo os primeiros estudos, ela está respondendo às vacinas, indicou a OMS.

A variante não muda a natureza da doença, e "a covid-19 não é nem mais nem menos grave", completou Kluge.

Muito afetada pela pandemia, a Europa acumula mais de 27,6 milhões de casos e 603 mil mortes, segundo a organização, que estima que o excesso de mortalidade tenha quintuplicado entre 2019 e 2020.

A Inglaterra voltou a um terceiro confinamento, enquanto a Escócia também está confinada e a Irlanda do Norte e o País de Gales estabeleceram seu terceiro bloqueio logo após o Natal.

A Irlanda endureceu seu confinamento por causa de um "tsunami" de contaminações, segundo seu primeiro-ministro Micheal Martin, e fechou suas escolas até o final do mês.

Mesma situação preocupante no sul da Europa, com Portugal registrando um recorde de 10.000 novas infecções em 24 horas.

A esperança continua sendo a vacinação. Depois da vacina da americana Pfizer e da alemã BioNTech, autorizada no dia 21 de dezembro, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) autorizou a vacina da Moderna, endossada depois por Bruxelas, que dá assim um impulso às campanhas de vacinação contra a covid-19 na UE.

"Teremos 160 milhões de doses adicionais" com a Moderna, após as 300 milhões de doses já encomendadas à Pfizer-BioNTech, saudou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Mais de um milhão de habitantes da União Europeia já receberam uma dose da vacina contra a covid-19. Os dinamarqueses, alemães e italianos lideram a corrida, segundo relatório elaborado pela AFP.

Longa batalha

Para a OMS, a vacinação será uma "batalha muito longa". "Ainda temos três ou seis meses de um caminho muito, muito difícil pela frente", disse Michael Ryan, responsável por situações de emergência sanitária da OMS.

As autoridades de saúde dos Estados Unidos anunciaram que uma em cerca de 100.000 pessoas apresentou uma reação alérgica grave após receber uma dose da vacina da Pfizer-BioNTech, ressaltando que os benefícios superam os riscos.

A situação também está se deteriorando na Ásia.

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, declarou nesta quinta-feira um novo estado de emergência em Tóquio e sua periferia em face da pandemia, enquanto o arquipélago japonês e em particular sua capital registram recordes de contaminação.

"Estamos declarando estado de emergência" porque "há preocupações de que a rápida disseminação do novo coronavírus em todo o país tenha um impacto significativo nas vidas dos residentes e na economia", disse Suga.

O estado de emergência, que visa principalmente restaurantes e bares, atingirá inicialmente a capital e três regiões adjacentes, a partir de sexta-feira e pelo prazo de um mês. A região de Aichi (centro) pretende solicitar a adesão ao dispositivo.

A preocupação também reina na China, onde o novo coronavírus apareceu há mais de um ano e que erradicou amplamente a epidemia desde a primavera: reportou nesta quinta-feira 63 novas contaminações por covid-19 nas últimas 24 horas - um recorde desde julho.

A maioria dos novos casos registrados se encontra em Shijiazhuang, capital da província de Hebei, que circunda Pequim (51 contaminações, às quais se somam 69 casos assintomáticos).

Todas as escolas foram fechadas na cidade, cujo vasto território tem 11 milhões de habitantes.

Uma missão de cientistas escolhidos pela OMS irá à China para tentar rastrear as origens do vírus.

A China disse na quarta-feira que as negociações continuam sobre "a data e modalidades precisas" da visita, uma questão ultrassensível para o regime chinês, ansioso por evitar qualquer responsabilidade pela epidemia.

A pandemia também passa por um novo boom no Líbano, que identificou na quarta-feira 4.166 novas contaminações, um recorde diário. As restrições foram relaxadas no país em dezembro, com a reabertura de bares e boates, levando a um aumento significativo de casos durante a temporada de festas.

O número de mortes registradas em todo o mundo parece ter atingido um platô - o maior desde o surgimento do vírus - há mais de um mês e um novo e triste recorde de mortes (15.700) em 24 horas, segundo uma contagem feita na quarta-feira.

A epidemia também está se agravando nos Estados Unidos, o país mais afetado em mortes e casos, com 361.297 óbitos. Em seguida, vêm o Brasil com 198.974 mortos, Índia (150.336), México (129.987 mortos) e o Reino Unido (77.346 mortos).

No Canadá, o primeiro-ministro de Quebec, François Legault, anunciou a imposição de um toque de recolher noturno a partir de sábado nesta província, entre as 20h00 e as 17h00, até 8 de fevereiro.

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