Novo governo: o Parlamento rejeitou governo do conservador Pedro Passos Coelho - vencedor das eleições, mas sem maioria absoluta (Rafael Marchante/ Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2015 às 10h31.
Lisboa - O líder do Partido Socialista (PS) de Portugal, António Costa, assegurou que tem condições para apresentar "imediatamente" um Executivo e um programa de governo que garantam "estabilidade e governabilidade" durante quatro anos no país.
"Temos condições para responder imediatamente, seja com a apresentação do programa de governo como com o elenco governamental", afirmou em entrevista publicada nesta quinta-feira pela revista "Visão", dois dias depois da queda do Governo conservador.
Costa disse que o compromisso fechado com a esquerda radical garante "condições de estabilidade e governabilidade, tomando como base o programa do PS, em uma perspectiva de legislatura para quatro anos" e expressou sua confiança em que o acordo satisfaça as "inquietações" do presidente Aníbal Cavaco Silva.
Depois que o Parlamento do país rejeitou o governo do conservador Pedro Passos Coelho - vencedor das eleições, mas sem maioria absoluta -, a decisão voltou para as mãos do chefe de Estado português.
Cavaco deve escolher entre encarregar à esquerda a formação de governo, manter o de Passos Coelho interino até a realização de novas eleições - não antes de junho de 2016 - ou formar um Executivo "de iniciativa presidencial" com independentes.
O socialista Costa espera que o presidente "cumpra a Constituição" e ressaltou que existe "um grande consenso nacional" que a "pior" solução seria manter um governo interino.
Considerou que o cenário político vivido por Portugal "é inédito e exige uma solução governativa também nova" e lembrou que em países como Alemanha e Bélgica se demorou mais tempo em encontrar uma fórmula que garantisse a governabilidade.
"Aqui, após quatro semanas, quatro partidos que não se sentavam para negociar há 40 anos resolveram a questão... É um excelente sinal", afirmou.
Após dias de negociações, os socialistas assinaram esta semana acordos com o marxista Bloco de Esquerda (aliado com Podemos e Syriza na Europa), o Partido Comunista Português e Os Verdes, que unidos têm maioria no parlamento para poder seguir em frente com um governo socialista.