Acordo de paz: o governo e as Farc disseram que "buscar a concórdia e a reconciliação são compromissos que terão sempre o apoio da Santa Sé" (John Vizcaino / Reuters)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2016 às 15h28.
Havana - O governo da Colômbia e as Farc solicitaram nesta quinta-feira ao presidente da Corte Europeia de Direitos Humanos que designe uma pessoa para conformar o comitê que elegerá os magistrados da jurisdição especial para a paz, depois que o papa declinou esse pedido.
As delegações indicaram hoje em comunicado que o presidente de essa Corte, Guido Raimondi, já "aceitou gentilmente o convite" para designar um delegado para o comitê de seleção dos juízes de paz, um mecanismo independente e transparente que as partes acordaram em 12 de agosto.
"Agradecemos o apoio reiterado pelo santo pai à nação colombiana (...) e manifestamos compreender os motivos pastorais pelos quais recomenda confiar essa tarefa a outras instâncias", indicaram as delegações de paz.
O governo e as Farc, que realizaram diálogos de paz há quase quatro anos na capital cubana, disseram que "buscar a concórdia e a reconciliação são compromissos que terão sempre o apoio da Santa Sé".
As equipes de paz de governo e Farc também solicitaram sua participação para conformar esse comitê de seleção de juízes ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, à Corte Suprema de Justiça da Colômbia, à delegação na Colômbia do Centro Internacional de Justiça Transicional e à Comissão Permanente do Sistema Universitário do Estado.
As delegações anunciaram em 24 de agosto um acordo definitivo de paz, embora os pactos não entrarão em vigor até a rubrica do documento, em um ato formal que ocorrerá nas próximas semanas, provavelmente na Colômbia.