Tribunal Europeu de Direitos Humanos condenou a Rússia pelo tratamento infligido a três integrantes do grupo punk Pussy Riot (Sergei Karpukhin/Reuters)
AFP
Publicado em 17 de julho de 2018 às 09h25.
Última atualização em 17 de julho de 2018 às 09h26.
O Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) condenou a Rússia, nesta terça-feira (17), por não investigar o crime contra a jornalista russa Anna Politkovskaya em 2006 e pelo tratamento infligido a três integrantes do grupo punk Pussy Riot.
"O Estado [russo] não cumpriu as obrigações relativas à efetividade e à duração da investigação que lhe cabe em virtude da Convenção" Europeia de Direitos humanos, disse o TEDH em um comunicado.
O tribunal também condenou a Rússia pelo tratamento durante o julgamento das integrantes do Pussy Riot, as quais tentaram cantar músicas contra o presidente Vladimir Putin na catedral de Moscou em 2012.
Maria Alyokhina, Nadezhda Tolokonnikova e Yekaterina Samutsevich receberam um tratamento degradante durante o julgamento, considerou o TEDH, que também condenou Moscou por violação da liberdade de expressão.
No caso de Politkovskaya, a decisão foi tomada pelo voto de cinco juízes a favor e dois contra (um russo e um eslovaco).
O tribunal, ao qual apelou a família da jornalista, disse que, embora a investigação tenha reconhecido cinco homens como culpados do homicídio, não se pode considerar que tenha sido uma investigação adequada, "porque não se fez qualquer esforço para identificar o mentor do assassinato".
"As autoridades elaboraram uma teoria sobre o instigador do homicídio, orientando sua investigação para um empresário russo que vivia em Londres, agora falecido, mas não informaram os meios postos em ação para seguir essa pista", alegou o tribunal.