Pena de morte: o estado pediu a suspensão indefinida das execuções após funcionários da prisão terem recebido acetato de potássio ao invés de cloreto de potássio, segundo os relatórios da corte (Erik S. Lesser/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2015 às 17h30.
Uma corte de Oklahoma suspendeu nesta sexta-feira por tempo indeterminado as próximas execuções de três homens enquanto são investigados problemas com o protocolo de aplicação da injeção letal.
A decisão ocorreu dois dias depois de que a governadora do Oklahoma, Mary Fallin, suspendeu no último minuto a execução do condenado à morte Richard Glossip, argumentando que persistem dúvidas sobre um dos produtos utilizados na injeção
O estado pediu a suspensão indefinida das execuções após funcionários da prisão terem recebido acetato de potássio ao invés de cloreto de potássio, segundo os relatórios da corte.
"O estado afirma que é necessário um período de tempo indefinido para avaliar os acontecimentos que ocorreram em 30 de setembro de 2015 com a compra (...) de uma droga contrária ao protocolo", informou a decisão judicial.
Foram ordenados também adiamentos para Benjamin Robert Cole, que deveria ter sido executado na quarta-feira, e John Marion Grant, cuja execução estava marcada para 28 de outubro.
Oklahoma esteve no centro de todos os olhares no ano passado depois de que Clayton Lockett, condenado à morte por assassinato, estupro e sequestro, agonizou por 43 minutos antes de morrer e foi possível vê-lo retorcer de dor durante sua prolongada execução.
Glossip foi um dos condenados que questionaram diante da Suprema Corte a legalidade de uma droga diferente usada na injeção letal deste estado, e que perderam o caso.
Em uma decisão de abril de 2008, a Suprema Corte confirmou a constitucionalidade do uso da injeção letal.
Mas desde então a recusa dos fabricantes - principalmente europeus - de fornecer as drogas requeridas para executar presos levou estados como Oklahoma a buscar alternativas, incluindo o midazolam, cuja efetividade é questionada porque não impediria que os condenados experimentem uma dor atroz durante as execuções.
Os Estados Unidos são o único país ocidental que mantêm a pena de morte e só este ano executou 22 pessoas.