Junta Militar do Chile durante ditadura de Augusto Pinochet (Biblioteca del Congreso Nacional de Chile/ Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 30 de maio de 2014 às 22h29.
Santiago - Uma corte chilena resolveu nesta sexta-feira encerrar a etapa de investigação sobre a origem das milionárias contas secretas controladas no exterior pelo ex-ditador falecido Augusto Pinochet e o suposto desvio de verbas públicas.
A sexta sala da Corte de Apelações de Santiago, em decisão unânime, confirmou o fim da investigação que se estendeu por 10 anos. Agora, o juiz responsável pela causa, Manuel Valderrama, tem condições de decidir sobre as acusações contra vários ex-militares próximos a Pinochet.
Em agosto do ano passado, o magistrado declarou esgotado o inquérito aberto em junho de 2004, quando o ex-ditador não pôde justificar as contas bancárias no Banco Riggs descobertas em um relatório do Senado dos Estados Unidos pelo ataque às Torres Gêmeas em setembro de 2001.
A primeira denúncia dos fundos do ex-ditador no exterior indicou que ele manteve entre 4 milhões e 8 milhões de dólares entre 1994 e 2004 no Banco Riggs em Washington, o que motivou a abertura de uma investigação no Chile.
A defesa de Pinochet, que primeiro negou a existência das milionárias contas, logo admitiu a existência delas e entregou à Justiça mais de 700 documentos para tentar justificar a sua origem e demonstrar que não continham recursos do Estado.
No processo, que calculou a fortuna injustificada do ditador em cerca de 20 milhões de dólares, foram absolvidos a sua viúva Lucía Hiriart e seus filhos, depois que a Corte Suprema acatou um recurso em 2007.
Atualmente, os únicos que enfrentam acusações neste caso pelo crime de desvios de fundos públicos são os generais aposentados Jorge Ballerino, Ramón Castro e Sergio Moreno, além dos ex-militares Eugenio Castillo, Gabriel Vergara e Juan MacLean.
Pinochet, que governou com mão dura entre 1973 e 1990, teria aberto outras 10 contas desde 1985 usando a identidade falsa de "Daniel López".
O ex-ditador morreu em 10 de dezembro de 2006 sem ter sido sentenciado por algum crime financeiro ou tributário relacionado às suas contas milionárias.