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Corriere della Sera venderá sede histórica em Milão

Os funcionários do Corriere tentam há meses impedir a venda, que segundo o comitê de redação "desfiguraria a identidade do jornal"

Sede do jornal italiano "Corriere della Sera" é vista em 2 de novembro de 2012, em Milão (AFP)

Sede do jornal italiano "Corriere della Sera" é vista em 2 de novembro de 2012, em Milão (AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de novembro de 2013 às 14h42.

Milão - O principal jornal italiano, o Corriere della Sera, fundado em 1876, anunciou nesta quarta-feira que venderá sua sede histórica no centro de Milão ao fundo americano Blackstone por 120 milhões de euros.

A decisão, que tem forte oposição do comitê de redação do jornal, foi adotada na terça-feira à noite em uma reunião do conselho de administração do RCS Mediagroup, proprietário do jornal.

"A venda é parte de um programa previsto no plano de desenvolvimento 2013-2015", explica o grupo, que passa por importantes dificuldades financeiras e recentemente realizou uma ampliação de capital.

A operação prevê ainda o aluguel do conjunto do complexo, segundo o RCS Mediagroup.

Os funcionários do Corriere tentam há meses impedir a venda, que segundo o comitê de redação "desfiguraria a identidade do jornal".

"O fato de ser vendido a uma empresa especulativa, como o fundo americano Blackstone, representa um risco para a própria independência do jornal", critica.

O comitê pretende recorrer à justiça contra os administradores do RCS Mediagroup caso o processo seja levado adiante.

Os jornalistas não são os únicos contrários à venda: o empresário Urbano Cairo, diretor do grupo editorial e de publicidade Cairo Communication, que possui 2,84% do capital do RCS Mediagroup, advertiu esta semana que "como editor, a última coisa a fazer é reduzir o número de funcionários e a penúltima vender a sede". Ele recomendou a redução dos custos da empresa.

Além do Corriere della Sera, o RCS Mediagroup edita outros títulos como La Gazzetta dello Sport ou os espanhóis El Mundo e Expansión. Seu principal acionista, a montadora Fiat, que tem 20,552% do capital, já destacou que considera este ativo "estratégico". Em seguida aparecem o banco de negócios Mediobanca (15,452%) e outras empresas italianas.

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